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Imigração azeda as relações com os espanhóis
DO ENVIADO A TÂNGER
Dos dois lados do estreito
de Gibraltar, o discurso oficial festeja os méritos da cooperação entre Marrocos e a
Espanha.
Mas as declarações polidas escondem o mal-estar
causado pela questão dos
"haragas", que se soma a outros temas que azedam as relações bilaterais.
O governo espanhol avalia
que as autoridades marroquinas não se empenham o
suficiente para reprimi-los.
Também vê com ceticismo o
silêncio de Rabat.
Não se sabe quantos marroquinos e originários da
África subsaariana tentam
atravessar o estreito, nem
quantos conseguem.
Os poucos dados divulgados pelo Marrocos, que nega
estar fazendo corpo mole,
são datados.
Em 2004, disse ter desmantelado 425 redes de imigração clandestina no país.
Em 2007, Rabat anunciou
a prisão de 23.000 clandestinos que tentavam alcançar a
Europa, dos quais apenas
5.000 seriam marroquinos.
ONGs espanholas contestam esses números e alegam
que os marroquinos são
maioria, sim.
O governo de Rabat também é acusado de maus tratos a clandestinos, especialmente os subsaarianos.
Há relatos de que muitos,
uma vez interceptados pela
polícia, são levados até o deserto da fronteira com a Argélia e abandonados.
O Marrocos, que tem na
Espanha seu segundo maior
parceiro comercial, nega as
acusações e diz que a imigração ilegal é um fenômeno dificilmente controlável, fruto
da proximidade da Europa
com o continente mais pobre
do mundo.
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