São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2010

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Imigração azeda as relações com os espanhóis

DO ENVIADO A TÂNGER

Dos dois lados do estreito de Gibraltar, o discurso oficial festeja os méritos da cooperação entre Marrocos e a Espanha.
Mas as declarações polidas escondem o mal-estar causado pela questão dos "haragas", que se soma a outros temas que azedam as relações bilaterais.
O governo espanhol avalia que as autoridades marroquinas não se empenham o suficiente para reprimi-los. Também vê com ceticismo o silêncio de Rabat.
Não se sabe quantos marroquinos e originários da África subsaariana tentam atravessar o estreito, nem quantos conseguem.
Os poucos dados divulgados pelo Marrocos, que nega estar fazendo corpo mole, são datados.
Em 2004, disse ter desmantelado 425 redes de imigração clandestina no país.
Em 2007, Rabat anunciou a prisão de 23.000 clandestinos que tentavam alcançar a Europa, dos quais apenas 5.000 seriam marroquinos.
ONGs espanholas contestam esses números e alegam que os marroquinos são maioria, sim.
O governo de Rabat também é acusado de maus tratos a clandestinos, especialmente os subsaarianos.
Há relatos de que muitos, uma vez interceptados pela polícia, são levados até o deserto da fronteira com a Argélia e abandonados.
O Marrocos, que tem na Espanha seu segundo maior parceiro comercial, nega as acusações e diz que a imigração ilegal é um fenômeno dificilmente controlável, fruto da proximidade da Europa com o continente mais pobre do mundo.


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