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ARGENTINA
Ex-presidente nega esquema
Ex-aliado aponta ação de De la Rúa em suborno
CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES
Acusado de ordenar o pagamento de subornos a um grupo
de senadores para conseguir a
aprovação da reforma trabalhista
em abril de 2000, o ex-presidente
argentino Fernando de la Rúa deverá ser convocado para prestar
depoimento no Senado nos próximos dias.
Segundo o diário "Clarín", o ex-presidente também pode ser convocado a depor na Justiça, pelo
juiz federal responsável pelo caso,
Rodolfo Canicoba Corral.
Maior escândalo político do governo De la Rúa (1999-2001), o caso voltou à tona no final de semana após confissão do ex-secretário parlamentar do Senado Mario
Pontaquarto de que teria pago suborno de 5 milhões de pesos a um
grupo de senadores para garantir
a aprovação da reforma.
Pontaquarto afirmou ter participado de uma reunião na Casa
Rosada, comandada por De la
Rúa, durante a qual a operação de
suborno teria sido orquestrada.
Segundo o ex-secretário, estiveram na reunião, entre o final de
março e o início de abril de 2000,
os senadores José Genoud, da
União Cívica Radical (UCR), e
Augusto Alasino e Alberto Tell,
do Partido Justicialista (PJ).
De acordo com Pontaquarto,
também participou do caso o ex-chefe do serviço de inteligência
argentino Fernando de Santibañes, que teria fornecido o dinheiro do suborno ao ex-secretário.
Todos os envolvidos negaram
envolvimento no escândalo.
O ex-secretário prometeu entregar amanhã à Justiça uma prova que pode ser decisiva para a investigação. Trata-se de um papel
onde constariam "apelidos" relacionados aos senadores que, segundo ele, receberam os subornos e os valores pagos a cada um
- entre 50 mil e 300 mil pesos.
Outro lado
"Isso é absolutamente falso e revoltante. Foi habilmente preparado para me envolver", afirmou De
la Rúa, que disse estar à disposição da Justiça, inclusive para uma
acareação com Pontaquarto.
Denunciado na época pelo diário "La Nación", o caso foi um dos
detonadores da crise que derrubou De la Rúa, em 2001. A crise foi
precipitada com a renúncia do
então vice Carlos Chacho Álvarez,
"indignado" com as denúncias.
Anteontem, Chacho classificou o
caso como "uma bomba de nêutrons" e subiu a temperatura do
escândalo ao acusar a UCR e o PJ
de terem um esquema de venda
de leis no Senado.
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