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São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2003

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PAQUISTÃO

Explosão acontece instantes após carro passar

Ditador Musharraf é alvo de novo atentado a bomba e escapa ileso

DA REDAÇÃO

O ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, escapou ileso de um atentado ontem em Rawalpindi. Instantes após seu carro passar por uma ponte da cidade distante apenas 15 quilômetros da capital, Islamabad, uma explosão atingiu o local, sem deixar feridos.
"Certamente foi um ato terrorista. E certamente eu era o alvo", disse Musharraf depois do ataque. Até o momento, o atentado não foi reivindicado por nenhum movimento extremista.
O ditador ganhou a ira dos grupos islâmicos do Paquistão em decorrência de seu alinhamento com os Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001. Musharraf não deu apoio ao regime Taleban do Afeganistão e promoveu uma caça a terroristas da Al Qaeda em seu país, prendendo centenas de suspeitos e entregando vários deles aos EUA.
Entre esses estava Khalid Sheikh Mohammed, capturado em Rawalpindi no começo deste ano e apontado como um dos idealizadores dos ataques ao Pentágono e ao World Trade Center. Muitos acreditam que Osama bin Laden possa estar escondido em algum ponto da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão.

Outros atentados
Musharraf já sobreviveu a pelo menos outros dois atentados no passado. Em outubro, uma corte de Karachi condenou três muçulmanos a dez anos de prisão por uma tentativa de assassinato.
Em novembro, Musharraf colocou na ilegalidade seis grupos militantes depois de os EUA terem reclamado que eles apenas teriam mudado de nome após receberem um banimento prévio.
O general Pervez Musharraf chegou ao poder em 1999 por meio de um golpe que derrubou o premiê Nawaz Sharif. No ano passado, Musharraf promoveu eleições legislativas no país. Antes, porém, modificou a Constituição para ter o direito de fechar o Parlamento se assim o desejar.
Um dos principais aliados dos Estados Unidos na região, Musharraf é visto por diplomatas e analistas ocidentais como fundamental para a estabilidade política do país. Segundo estes, sua saída do poder deixaria o Paquistão -que há mais de 50 anos vive em conflito com a Índia- em uma posição bastante vulnerável.


Com agências internacionais


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