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IRAQUE SOB TUTELA
Eleição de hoje preencherá 275 vagas da Assembléia Nacional por quatro anos; Al Qaeda ameaça atacar
Iraquianos votam sob segurança reforçada
DA REDAÇÃO
No que os EUA classificam de o
maior passo para que suas tropas
possam começar a deixar o Iraque
e o país possa reconquistar totalmente sua autonomia, milhões de
iraquianos elegerão hoje um Parlamento para legislar pelos próximos quatro anos.
A expectativa é que medidas reforçadas de segurança tomadas
pelo governo iraquiano e o anúncio de uma trégua temporária por
grupos insurgentes contenham
ao menos por um dia a violência
instalada no país desde a invasão
americana, em março de 2003.
Ontem, nenhum incidente mais
grave foi registrado. Mas o braço
iraquiano da Al Qaeda ameaçou
atrapalhar a votação, que chamou
de "casamento democrático entre
o ateísmo e a fornicação".
Na tentativa de aumentar a segurança, as fronteiras do país foram fechadas, um toque de recolher vigora nas cidades mais violentas, o tráfego de veículos foi
suspenso por três dias, e soldados
iraquianos estarão presentes nos
locais de votação das 7h às 17h.
Tropas dos EUA, que aumentaram seu contingente em quase 20
mil homens para o período eleitoral, atuarão apenas como reforço.
Mas o comparecimento do eleitorado é incerto. Cerca de 15 milhões de iraquianos estão aptos a
votar, mas, nas duas outras votações no país ocorridas neste ano, a
abstenção se aproximou de 40%.
Grupos sunitas têm exortado
seus seguidores a votar. Em janeiro, eles promoveram um boicote
contra o domínio político da
maioria xiita e de seus aliados curdos e acabaram sub-representados no Parlamento interino.
Protestos da minoria eclodiram
em algumas cidades -o mais tumultuado deles foi em Nassiria
(centro-sul), onde manifestantes
atearam fogo a um comitê do ex-premiê Iyad Allawi, que é xiita.
Em 11 meses, os iraquianos elegeram um Parlamento interino
(em janeiro) e aprovaram em referendo sua nova Constituição
(em outubro). Agora, no entanto,
escolherão seu primeiro governo
para um mandato completo desde a queda do ditador Saddam
Hussein, em abril de 2003.
Em jogo estão as 275 cadeiras da
Assembléia Nacional, de onde
sairá o substituto do premiê Ibrahim al Jaafari (xiita). A disputa
envolve mais de 7.500 candidatos.
Das vagas, 230 serão distribuídas seguindo a proporção do eleitorado nas 18 Governadorias
(Províncias). As outras 45 serão
entregues a grupos sem votos suficientes em uma Província, mas
com eleitores bastante divididos
pelo país. A Constituição ainda
determina que 25% das cadeiras
sejam ocupadas por mulheres.
Com agências internacionais
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