São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Eleição de hoje preencherá 275 vagas da Assembléia Nacional por quatro anos; Al Qaeda ameaça atacar

Iraquianos votam sob segurança reforçada

DA REDAÇÃO

No que os EUA classificam de o maior passo para que suas tropas possam começar a deixar o Iraque e o país possa reconquistar totalmente sua autonomia, milhões de iraquianos elegerão hoje um Parlamento para legislar pelos próximos quatro anos.
A expectativa é que medidas reforçadas de segurança tomadas pelo governo iraquiano e o anúncio de uma trégua temporária por grupos insurgentes contenham ao menos por um dia a violência instalada no país desde a invasão americana, em março de 2003.
Ontem, nenhum incidente mais grave foi registrado. Mas o braço iraquiano da Al Qaeda ameaçou atrapalhar a votação, que chamou de "casamento democrático entre o ateísmo e a fornicação".
Na tentativa de aumentar a segurança, as fronteiras do país foram fechadas, um toque de recolher vigora nas cidades mais violentas, o tráfego de veículos foi suspenso por três dias, e soldados iraquianos estarão presentes nos locais de votação das 7h às 17h. Tropas dos EUA, que aumentaram seu contingente em quase 20 mil homens para o período eleitoral, atuarão apenas como reforço.
Mas o comparecimento do eleitorado é incerto. Cerca de 15 milhões de iraquianos estão aptos a votar, mas, nas duas outras votações no país ocorridas neste ano, a abstenção se aproximou de 40%.
Grupos sunitas têm exortado seus seguidores a votar. Em janeiro, eles promoveram um boicote contra o domínio político da maioria xiita e de seus aliados curdos e acabaram sub-representados no Parlamento interino.
Protestos da minoria eclodiram em algumas cidades -o mais tumultuado deles foi em Nassiria (centro-sul), onde manifestantes atearam fogo a um comitê do ex-premiê Iyad Allawi, que é xiita.
Em 11 meses, os iraquianos elegeram um Parlamento interino (em janeiro) e aprovaram em referendo sua nova Constituição (em outubro). Agora, no entanto, escolherão seu primeiro governo para um mandato completo desde a queda do ditador Saddam Hussein, em abril de 2003.
Em jogo estão as 275 cadeiras da Assembléia Nacional, de onde sairá o substituto do premiê Ibrahim al Jaafari (xiita). A disputa envolve mais de 7.500 candidatos.
Das vagas, 230 serão distribuídas seguindo a proporção do eleitorado nas 18 Governadorias (Províncias). As outras 45 serão entregues a grupos sem votos suficientes em uma Província, mas com eleitores bastante divididos pelo país. A Constituição ainda determina que 25% das cadeiras sejam ocupadas por mulheres.


Com agências internacionais

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