São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

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Pentágono monitora ativistas antiguerra

DE WASHINGTON

A guerra ao terrorismo declarada pelo presidente George W. Bush após os atentados do 11 de Setembro possui um front doméstico: o Pentágono admitiu à rede de televisão "NBC" que espiona grupos pacifistas e protestos contra a Guerra do Iraque, após uma reportagem mostrar o monitoramento de 1.500 "incidentes suspeitos", entre eles quase 50 passeatas contra a guerra, num período de dez meses.
"O Departamento da Defesa usa contra-inteligência e informações de combate ao crime coletadas por agências de manutenção da lei. O uso dessa informação está subordinado a limitações estritas, particularmente a informação precisa se relacionar a missões relativas à proteção de instalações, interesses e pessoal do Departamento da Defesa", disse um porta-voz do Pentágono à emissora, anteontem.
O programa militar é conhecido internamento no Pentágono pela sigla em inglês Talon (Ameaça e Notícias de Observação Local). O relatório obtido pela NBC diz: "Notamos um aumento nas comunicações entre grupos de protestos por meio da internet", ressaltando que não houve nenhuma "conexão significativa" entre os incidentes.

Guerra psicológica
No front externo, o Pentágono reservou cerca de US$ 300 milhões (R$ 685,4 milhões) para uma guerra psicológica fora dos Estados Unidos, prevendo a inserção de propaganda pró-americana em veículos de comunicação em países estrangeiros. No caso, os artigos não devem revelar que o governo dos EUA é a fonte da informação e do pagamento. A estratégia foi divulgada ontem pelo jornal "USA Today".
O objetivo seria conter a "ideologia terrorista", usando para isso jornais, internet, rádio, televisão e até mesmo camisetas e adesivos. Os alvos são países considerados aliados americanos onde não há conflito armado.
Segundo Mike Furlong, vice-diretor da Junta de Operações Psicológicas do Pentágono, as reportagens serão verdadeiras.
(IURI DANTAS)


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