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CONTROVÉRSIA
Presidente admite existência de preconceito nos EUA, mas diz que programa é "falho" e inconstitucional
Bush se opõe a ação afirmativa em universidade
DA REDAÇÃO
O presidente George W. Bush
disse ontem que um programa de
ação afirmativa na Universidade
de Michigan era "fundamentalmente falho" e inconstitucional.
O programa "se baseia em um
sistema de cotas que recompensa
injustamente ou pune estudantes
apenas com base em sua raça",
afirmou Bush.
A Suprema Corte dos EUA vai
examinar casos que envolvem a
Universidade de Michigan e seu
sistema de admissão de alunos. A
mais elevada instância da Justiça
americana havia anunciado, em
dezembro, que determinaria se as
universidades públicas podem
continuar a levar em conta a raça
dos estudantes ao analisar os pedidos de admissão. O tema é delicado e tem repercussão nacional,
afetando a educação superior e as
políticas de ação afirmativa
-que favorecem as minorias.
A declaração de Bush provocou
críticas de grupos de direitos civis,
e do líder democrata no Senado,
Tom Daschle. Antes do anúncio,
Daschle havia dito: "Eles têm de
decidir se são a favor dos direitos
civis e da diversidade ou não".
"Eu apoio fortemente a diversidade de todos os tipos, incluindo
a diversidade racial na educação
superior", afirmou Bush, para
quem "o método usado pela Universidade de Michigan para alcançar seu objetivo é fundamentalmente falho".
Bush fez seu pronunciamento
na Casa Branca e evitou perguntas. "O preconceito racial é uma
realidade em nosso país", afirmou. "Nós não devemos usar
meios para criar outro erro."
O presidente disse que os norte-americanos não deveriam ficar
satisfeitos com o número atual de
minorias nos campi. "Nosso governo deve trabalhar para tornar
a faculdade mais acessível para estudantes em desvantagem econômica. Como estamos comprometidos com a justiça racial, devemos garantir que as escolas públicas da América ofereçam uma
educação de qualidade para todas
as crianças", afirmou Bush.
Negros e representantes de outras minorias étnicas defendem a
ação afirmativa e argumentam
que se trata de um modo de diminuir o fosso existente entre os
brancos e as outras raças e de diversificar o corpo estudantil.
Os críticos sustentam que a ação
afirmativa é uma forma inconstitucional de "discriminação ao
contrário".
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