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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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CONTROVÉRSIA

Presidente admite existência de preconceito nos EUA, mas diz que programa é "falho" e inconstitucional

Bush se opõe a ação afirmativa em universidade

DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush disse ontem que um programa de ação afirmativa na Universidade de Michigan era "fundamentalmente falho" e inconstitucional.
O programa "se baseia em um sistema de cotas que recompensa injustamente ou pune estudantes apenas com base em sua raça", afirmou Bush.
A Suprema Corte dos EUA vai examinar casos que envolvem a Universidade de Michigan e seu sistema de admissão de alunos. A mais elevada instância da Justiça americana havia anunciado, em dezembro, que determinaria se as universidades públicas podem continuar a levar em conta a raça dos estudantes ao analisar os pedidos de admissão. O tema é delicado e tem repercussão nacional, afetando a educação superior e as políticas de ação afirmativa -que favorecem as minorias.
A declaração de Bush provocou críticas de grupos de direitos civis, e do líder democrata no Senado, Tom Daschle. Antes do anúncio, Daschle havia dito: "Eles têm de decidir se são a favor dos direitos civis e da diversidade ou não".
"Eu apoio fortemente a diversidade de todos os tipos, incluindo a diversidade racial na educação superior", afirmou Bush, para quem "o método usado pela Universidade de Michigan para alcançar seu objetivo é fundamentalmente falho".
Bush fez seu pronunciamento na Casa Branca e evitou perguntas. "O preconceito racial é uma realidade em nosso país", afirmou. "Nós não devemos usar meios para criar outro erro."
O presidente disse que os norte-americanos não deveriam ficar satisfeitos com o número atual de minorias nos campi. "Nosso governo deve trabalhar para tornar a faculdade mais acessível para estudantes em desvantagem econômica. Como estamos comprometidos com a justiça racial, devemos garantir que as escolas públicas da América ofereçam uma educação de qualidade para todas as crianças", afirmou Bush.
Negros e representantes de outras minorias étnicas defendem a ação afirmativa e argumentam que se trata de um modo de diminuir o fosso existente entre os brancos e as outras raças e de diversificar o corpo estudantil.
Os críticos sustentam que a ação afirmativa é uma forma inconstitucional de "discriminação ao contrário".


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