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Londres julga suspeitos de ataque falho
Sexteto de origem africana teria tentado explodir bombas em ônibus e trens do metrô duas semanas após ataques que mataram 52
Promotoria descreve réus como extremistas islâmicos; grupo foi detido dias após fracasso do atentado, em que as bombas falharam
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
Seis africanos residentes no
Reino Unido começaram a ser
julgados ontem sob acusação
de tramar um atentado suicida
para 14 dias após os ataques que
mataram 52 pessoas em Londres, em 7 de julho de 2005.
Muktar Ibrahim, Manfo Asiedu, Hussein Osman, Yassin
Omar, Ramzi Mohamed e Adel
Yahya têm entre 24 e 33 anos e
negam as acusações. Todos foram presos naquele mês.
O promotor Nigel Sweeney,
que os classificou de "muçulmanos extremistas", afirmou
que eles prepararam seis bombas com peróxido de hidrogênio, ácido, acetona e uma espécie de farinha de trigo.
Quatro teriam sido levadas
para o metrô e para um ônibus,
mas acabariam não explodindo
por alguma falha, que a Promotoria não determinou.
Sweeney também afirmou
que, com exceção de Adel Yahya, que não participou da execução do plano, todos agiriam
como suicidas nos ataques.
Ramzi Mohamed teria escrito uma carta de despedida que
foi encontrada rasgada depois
de sua prisão, segundo o promotor, e Manfo Asiedu teria
perdido a coragem em cima da
hora e largado sua bomba.
Hussein Osman, preso na
Itália, teria afirmado aos policiais que as bombas eram uma
"pegadinha" e não explosivos
de verdade, feitas "para defender uma posição política".
"A falha na explosão das
bombas não foi devido à intenção dos acusados, mas à sorte
da população que viajava naquele dia", afirmou Sweeney.
Posições extremistas
Depois de mostrar um vídeo
com a detonação de explosivos
semelhantes ao que os acusados teriam fabricado, o promotor pediu ao júri que imaginasse a cena "em um trem ou ônibus". "As evidências irão mostrar que pelo menos Ibrahim,
Omar, Osman e Yahya tinham
posições extremistas", disse.
Entre as provas da promotoria estão vídeos caseiros mostrando decapitações e imagens
do 11 de Setembro achadas nos
apartamentos dos acusados.
No relato da acusação, Ibrahim, Omar e Mohamed teriam
saído no carro do último com as
bombas, na manhã de 21 de julho de 2005, e estacionado
diante da estação de Stockwell
-a mesma onde o brasileiro
Jean Charles de Menezes seria
assassinado pela polícia um dia
depois, ao ser confundido com
um dos terroristas da trama.
Da estação, teriam ligado para Osman, para coordenar os
ataques. "Entre 12h30 e 13h daquela quinta-feira, os quatro
tentaram explodir suas bombas, três no metrô e outra em
um ônibus", disse Sweeney.
O sexteto será julgado por
um juri de nove mulheres e três
homens, por conspirar para assassinar pessoas e para ameaçar a vida alheia e causar danos
graves a propriedades. O julgamento deve durar até abril.
Com agências internacionais
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