São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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EUA prometem encontro de Israel e palestinos; colônia é ampliada

Rice quer relançar o processo de paz e condena novas casas em terras árabes

DA REDAÇÃO

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou ontem que o encontro -do qual ela pretende participar "nas próximas semanas"- entre o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, tem como meta "o horizonte político que levará à criação de um Estado Palestino".
Suas declarações têm dois objetivos imediatos. Procura romper o imobilismo do processo de paz entre palestinos e israelenses e demonstrar aos países árabes do Oriente Médio um interesse que o governo de George W. Bush pretende ver retribuído com o apoio a suas iniciativas no Iraque.
Rice estava ontem em Luxor, no Egito, onde foi recebida pelo ditador Hosni Mubarak, depois de três dias passados em Israel e territórios palestinos. Ela seguiu para a Arábia Saudita.
Em Jerusalém, o premiê israelense disse que ele e Rice haviam concordado em participar de uma reunião com Abbas "dentro de pouco tempo".
Mas essa predisposição positiva murchou com o anúncio, também ontem, do plano israelense de ampliar em 44 moradias o maior assentamento judaico na Cisjordânia, o de Maaleh Adumin, onde 30 mil ocupam terras árabes nas imediações de Jerusalém.
O plano de paz americano proíbe de forma explícita, desde junho de 2003, a ampliação de colônias em territórios ocupados. O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, que acompanha Rice pelo Oriente Médio, disse não estar informado sobre a ampliação de Maaleh Adumin e reiterou que a posição americana não havia mudado.
Em entrevista ao jornal palestino "Al-Quds", Rice reprovou a expansão de assentamentos e disse que conversaria com as autoridades israelenses sobre "essas atividades proibidas" pelo plano americano.
O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, também dirigente do grupo islâmico Hamas, acusou Condoleezza Rice de "trazer uma visão perigosa" à região. A seu ver, ao acenar com negociações de paz, ela está "sedando" os palestinos com promessas de suspender restrições de Israel, quando -afirma o premiê- "ela está a serviço dos israelenses".
Outro radical, desta vez em Israel, o ministro Avigdor Lieberman, da ultradireita, afirmou que seria "inevitável" a presença em Gaza de um contingente de 30 mil homens da Otan, a aliança militar ocidental, para evitar o confronto com os palestinos, quando Israel tentasse patrulhar internamente aquele território, do qual se retirou em 2005.


Com agências internacionais


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