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CERCO A CLINTON
Promotor pede ao Senado que creia em Lewinsky e afaste o presidente dos EUA
Palavras de Monica são base da acusação
das agências internacionais
A promotoria do processo de impeachment do presidente dos
EUA, Bill Clinton, tentou ontem
convencer os cem senadores a removê-lo do cargo com base no depoimento da ex-estagiária da Casa
Branca Monica Lewinsky.
"Se você acredita no testemunho
de Lewinsky, não pode acreditar
no presidente nem aceitar os argumentos de seus advogados", disse
o representante republicano Bill
McCollum, um dos promotores.
"Se você acredita nela, o presidente adotou uma conduta consciente e intencional em dezembro
de 1997 para mentir na corte do caso Paula Jones e esconder o seu relacionamento."
Desde anteontem, a acusação
vem apresentando as evidências
que levaram a Câmara dos Representantes (deputados) a aprovar o
impeachment de Clinton por obstrução da Justiça e falso testemunho nas investigações de seu caso
com Lewinsky.
A convocação de testemunhas
para o julgamento no Senado segue dividindo republicanos e democratas. McCollum disse que novos depoimentos eliminariam
quaisquer dúvidas que possam ter
sobrado sobre a conduta ilegal do
presidente.
"Se há dúvidas sobre a credibilidade do testemunho de Monica
Lewinsky, vocês devem trazê-la
para julgarem vocês mesmos."
O porta-voz da Casa Branca, Joe
Lockhart, disse que a "obsessão"
dos republicanos pela convocação
de testemunhas "demonstra uma
admissão da fraqueza do caso. Eles
não acreditam que ele seja forte e,
por isso, tentam expandi-lo".
Os promotores consideram a
possibilidade de convocar Clinton
para depor. A Casa Branca diz que
dificilmente o presidente compareceria, pois já deu explicações suficientes sobre o assunto.
Não está claro ainda se Clinton
será obrigado a depor caso seja intimado. Mas um convite do Senado poderia ser um constrangimento político.
Os promotores pretendem convocar pelo menos seis testemunhas. Entre elas estariam Monica
Lewinsky, Betty Currie, secretária
do presidente, seu amigo Vernon
Jordan e seu assessor Sidney Blumenthal.
A argumentação da promotoria
continua hoje. A partir de terça, será a vez dos advogados da Casa
Branca usufruírem das 24 horas a
que têm direito para defender o
presidente. Só então os senadores
poderão romper o silêncio e fazer
perguntas.
São necessários dois terços dos
senadores presentes à sessão para
que o impeachment seja aprovado,
o que é considerado pouco provável, já que a maioria republicana
conta com 55 integrantes.
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