São Paulo, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

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Governo pára apuração e manda investigar

DA REDAÇÃO

A contagem da eleição presidencial haitiana da semana passada foi interrompida ontem, num sinal de que as autoridades eleitorais recuaram diante das alegações de fraude do candidato favorito, René Préval. No mesmo dia, foi encontrado material eleitoral jogado num lixão de Porto Príncipe, reforçando a suspeita de que houve irregularidades.
Michel Brunache, chefe-de-gabinete do presidente interino, Boniface Alexandre, disse que o governo havia pedido ao Conselho Eleitoral Provisório (CEP) que não publicasse os resultados finais até que uma comissão formada por membros do próprio órgão e por indicados por Préval revisasse as alegações de fraude do candidato de centro-esquerda.
"Há pessoas irritadas, prontas para colocar fogo no país", disse Brunache, em mais um dia de protestos. O governo não deu nenhuma estimativa sobre quanto tempo levaria a revisão.
A polícia da missão de paz da ONU recebeu ordem de recolher ontem material eleitoral encontrado num depósito de lixo perto de Porto Príncipe. Jornalistas da agência Associated Press viram centenas de urnas vazias, ao menos um relatório de votação e diversos sacos vazios numerados e assinados por chefes de mesas de votação espalhados por um lixão a oito quilômetros ao norte da capital haitiana.
O candidato favorito, René Préval, tem alegado que houve "erros grotescos e provavelmente uma fraude gigantesca" na votação de 7 de fevereiro -a primeira desde a queda do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, há dois anos.


Com agências internacionais

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