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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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CONTRA A GUERRA

Manifestações em dezenas de cidades, do Extremo Oriente às Américas, reúnem centenas de milhares

Mundo faz novo dia de protestos pela paz

Ahmad al Rubaye/France Presse
Iraquianos exibem fotos de Saddam Hussein em ato contra a guerra em Karbala (sul de Bagdá)


DA REDAÇÃO

Manifestantes contrários à guerra no Iraque saíram ontem às ruas de dezenas de cidades em todo o mundo para protestar contra a iminente ação militar liderada pelos Estados Unidos.
Havia grande expectativa em torno da manifestação de Washington, prevista para ocorrer à tarde. Segundo os organizadores, pessoas de todas as partes dos EUA estavam chegando à capital. Também haveria protestos em Los Angeles e San Francisco.
Há um mês, milhões de pessoas participaram de manifestações semelhantes em várias cidades do mundo, dando visibilidade e força ao movimento pacifista.
Segundo Tony Murphy, da coalizão antiguerra International Answer, que organiza o protesto em Washington, deve-se creditar às manifestações do mês passado a recusa do Conselho de Segurança das Nações Unidas em aprovar uma nova resolução que legitimaria a guerra e a decisão do Parlamento turco de não ceder suas bases militares às tropas norte-americanas. "A força do movimento é que impediu a guerra de acontecer até agora", disse Murphy.
Hoje, Bush deve reunir-se com os premiês Tony Blair (Reino Unido) e José Maria Aznar (Espanha) no arquipélago português de Açores para decidir suas próximas movimentações. EUA, Reino Unido e Espanha formam no Conselho de Segurança o núcleo de países favoráveis à guerra já.
Na Europa, entre 400 mil e 700 mil protestaram em Milão. Em Paris, mais de 50 mil saíram às ruas. Em Bruxelas, foram cerca de 40 mil e, em Atenas, 20 mil. Também houve manifestações em Moscou, Frankfurt, Bucareste (Romênia) e Bilbao (Espanha).
No Oriente Médio, dezenas de milhares de iemenitas saíram às ruas de Sanaa carregando cartazes com a imagem de Saddam Hussein e gritando "morte à América". Também houve protestos em Nicósia (Chipre), no Cairo (Egito) e Amã (Jordânia).
No Iraque, centenas de milhares protestaram contra a guerra em Bagdá e outras cidades. O governo incentivou as manifestações, nas quais bandeiras dos EUA foram queimadas e pessoas desfilaram disparando rajadas de fuzis.
No Extremo Oriente houve manifestações em cidades da Austrália, cujo primeiro-ministro, John Howard, é um dos mais fiéis aliados do presidente George W. Bush. Em Tóquio, cerca de 10 mil pessoas foram às ruas do distrito de negócios da cidade carregando placas onde se lia: "paz no mundo" ou "Bush terrorista". Também houve manifestações em Wellington (Nova Zelândia) Seul (Coréia do Sul), Hong Kong (China), Bancoc (Tailândia) e Iligan (Filipinas).




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