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São Paulo, domingo, 16 de março de 2003

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Bush diz que tem pouca esperança de evitar guerra

DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush disse ontem que tem poucas esperanças de que o Iraque vá desarmar-se pacificamente evitando assim a ação militar. A declaração foi feita no programa semanal de rádio do presidente e ocorre na véspera da viagem de Bush aos Açores, para a cúpula com os premiês Tony Blair e José Maria Aznar. "Há poucas razões para acreditar que Saddam Hussein vá desarmar-se".
Segundo funcionários do governo dos Estados Unidos, a cúpula de Açores não deve ser considerada um conselho de guerra, mas um último esforço para para buscar a unidade no Conselho de Segurança (CS) e forçar Saddam a desarmar-se pacificamente.
Em Londres, porém, o secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, disse que as perspectivas de uma ação militar eram muito mais prováveis agora e que lamentava muito isso. O chanceler também afirmou que a coalizão anti-Iraque já tem autoridade legal para agir contra o Iraque. Straw disse à rádio BBC que a resolução 1441, aprovada por unanimidade em novembro, dá base legal para a guerra. Straw afirmou ainda não ter certeza de que uma nova resolução será submetida ao CS.
O embaixador britânico nas Nações Unidas, Jeremy Greenstock, afirmou que a guerra pode estar a apenas alguns dias de seu início.
O chanceler francês, Dominique de Villepin, reafirmou a posição de seu país e disse que, até agora, "não há nenhum motivo para atacar o Iraque.

Lista negra
O governo americano divulgou pela primeira vez a lista das autoridades iraquianas que seriam julgadas por crimes contra a humanidade após um ataque dos EUA. Entre os listados destacam-se os dois filhos de Saddam Hussein.
Uma lista completa traz mais de 2.000 nomes da elite iraquiana, mas o rol divulgado ontem identifica apenas 12 pessoas: além de Uday e Qusay (filhos de Saddam, constam também Ali Hassan al-Hamid, que foi governador do Kuait durante a ocupação iraquiana de 1990-91, e Muhammad Hamza al-Zubaidi, acusado de ser o responsável por atrocidades contra os xiitas do sul do Iraque em 1991.
Autoridades dizem que, se ao menos esse grupo listado pela inteligência dos EUA se dispuser a sair do Iraque, uma ação militar poderia ser evitada. Essa exigência não faz parte da resolução 1441, da ONU.


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