São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 2006

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VATICANO

Livro diz que igreja escondeu o mal de Parkinson

João Paulo 2º foi negligente com a saúde, diz seu médico particular

DA REDAÇÃO

João Paulo 2º foi negligente com a própria saúde, adiou cirurgias o quanto pôde e relutava em ser medicado, revela livro que traz testemunhos de seus mais próximos amigos, entre eles seu médico pessoal, Renato Buzzonetti.
Intitulado "Lasciatemi Andare" (deixe-me ir) -referência às últimas palavras do papa na tarde de 2 de abril do ano passado, horas antes de morrer- o livro também revela que o Vaticano sabia desde 1991 que João Paulo 2º estava com mal de Parkinson, fato que foi tornado público apenas dois anos depois.
Buzzonetti diz que o papa sofreu terrivelmente depois da cirurgia a que se submeteu em 1992 para a extração de um tumor intestinal.
Depois, em 1994, o papa escorregou na banheira e fraturou a coxa direita. Quis manter sua programação para o dia seguinte que incluía uma viagem à Sicília. Desistiu depois das objeções de todos os seus auxiliares.
O mesmo comportamento se repetiria em 1996, quando adiou ao máximo a cirurgia na qual removeu o apêndice inflamado. Sua relutância o fez correr risco.
O Parlamento italiano não conseguiu aprovar ontem um relatório segundo o qual, "sem que existam razoáveis dúvidas", a União Soviética esteve por trás do atentado de 1981 contra João Paulo 2º.
A comissão que iria votar o documento precisava de no mínimo 21 parlamentares presentes, mas só compareceram 19.
Os partidos de centro-esquerda criticaram a "inconsistência" do relatório pelo fato de a grave acusação contra a extinta União Soviética não ter sido amparada por nenhum documento.


Com agências internacionais

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