São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011

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Mercadante promete revisão nas diretrizes sobre segurança

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA


O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse ontem que o acidente nuclear da usina de Fukushima -que ele chamou de "incidente"- deve ensejar uma revisão da política de segurança nas usinas brasileiras. Mas nada será feito agora.
O governo também decidiu criar um grupo de trabalho com representantes de vários ministérios para acompanhar o acidente do Japão. O ministro não deu detalhes de como os integrantes irão atuar.
"É evidente que o episódio do Japão deve estabelecer novos protocolos de segurança", disse. "A lição será absolutamente indispensável para a construção das novas usinas e operação das existentes", avaliou.
O ministro e o presidente da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), Odair Dias Gonçalves, afirmaram, no entanto, que é prematuro dizer que o país terá de aumentar a segurança, já que o "incidente" japonês ainda está em curso.
Mercadante voltou a afirmar que as usinas brasileiras são mais seguras que as japonesas e determinou à Cnen que publique boletins diários em sua página na internet (www.cnen.gov.br) com informações atualizadas sobre a situação na usina japonesa de Fukushima.

NO PAPEL
A proposta de criação de uma agência nacional para regular o setor está parada 2009 aguardando uma análise pelos 11 ministérios integrantes do comitê de gerenciamento do setor nuclear do Brasil, mas o comitê não se reúne desde aquele ano.
Sua última reunião determinou à Eletronuclear estudar a instalação das futuras usinas atômicas do Brasil -de quatro a oito, a serem feitas no Nordeste.
Segundo o ex-ministro Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia), o calendário eleitoral atropelou a agenda do comitê. "A ministra deixou de ser ministra", afirmou Rezende. "O comitê não foi extinto, mas não tem havido reuniões."
A futura ARNB (Agência Reguladora Nuclear Brasileira), dividiria papéis com a Cnen - que hoje responde por tudo sobre material radioativo- de autorizar aparelhos de raio-X até licenciar usinas de bilhões de reais.
A Cnen ficaria com a área de pesquisa e a ARNB cuidaria das usinas, além de "elaborar e executar o plano de atendimento a emergência nuclear ou radiológica".


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