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'Esta geração está perdida'
do enviado especial
Mustafa Abu Ahmad paga 1.500
dinares (cerca de US$ 0,75) ao governo iraquiano, incluindo embalagens melhores que as fornecidas
gratuitamente, para comprar comida para sua família, de seis pessoas. Ele, a mulher, o filho Ahmad
(engenheiro) e a filha Fátima (que
é viúva e tem duas crianças).
Motorista de táxi, Abu Ahmad
leva a mulher para jantar fora
apenas uma vez a cada dois meses. Mas diz fazer questão de comer carne ao menos três vezes
por semana. "Refeição sem carne
não tem graça. Vale a pena economizar e trabalhar mais", diz.
O quilo de carne custa cerca de
1.500 dinares, o mesmo valor que
garante a cesta básica para sua família inteira. Uma corrida de táxi,
dentro de Bagdá, custa em torno
de 500 dinares (US$ 0,25).
Abu Ahmad não lembra qual
foi a última vez em que foi ao cinema e afirma gostar de reunir-se
com amigos às sextas-feiras (dia
sagrado para o islamismo), para
conversar e jogar "taule" (semelhante ao gamão).
O motorista lutou na guerra entre o Irã e o Iraque (1980-88) e, vítima de um bombardeio, sofreu
queimaduras em toda a perna esquerda. Anda com certa dificuldade e diz que sua preocupação
maior é garantir a alimentação e a
educação das netas. "Esta geração
está perdida. Tentamos garantir a
formação das crianças em casa, e
estou sempre atrás de remédios
para minha mulher", afirma.
Abu Ahmad diz que há dois
anos não compra nenhuma roupa nova para si, pois "agora a
prioridade é alimentar-se bem
para não ficar doente".
(PDF)
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