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EUA e Reino Unido defendem bloqueio
do enviado especial
Os EUA e o Reino Unido defendem que o embargo contra o Iraque, iniciado em 1990, deve ser
mantido até que seja comprovada
a eliminação total das armas de
destruição em massa do país.
De acordo com o governo norte-americano, o Iraque poderia
voltar a fabricar armamentos caso
as sanções se encerrassem.
Quando o Conselho de Segurança da ONU aprovou o embargo, a intenção declarada era a de
forçar a desocupação do Kuait,
mas a medida foi prolongada, a
princípio, segundo as Nações
Unidas, para garantir a atuação
da missão de inspeção dos arsenais iraquianos, a Unscom (abreviação de Comissão Especial da
ONU, em inglês).
O secretário da Defesa do EUA,
Wiliam Cohen, disse, na semana
passada, que o Iraque ainda tem
armas químicas. O país nega.
Cohen propôs, em Abu Dhabi
(Emirados Árabes Unidos), um
sistema de alarme e cooperação
defensiva entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo,
formado por Arábia Saudita,
Kuait, Qatar, Bahrein, Omã e
Emirados Árabes Unidos.
"Há um interesse geral (entre os
Estados da região) pelo conceito
de iniciativa de cooperação defensiva", afirmou.
Os EUA dizem não ter planos
para reduzir as tropas que mantêm na Arábia Saudita -mais de
4.000 soldados.
O sistema proposto, segundo
Cohen, garantiria a defesa de todos os membros do CCG por
meio de satélites de inteligência
norte-americanos que podem detectar o lançamento de um míssil.
Segundo o secretário da Defesa
dos EUA, o Iraque ganha cerca de
US$ 1 bilhão por ano com a venda
de petróleo fora do programa
"petróleo por comida" (que permite que o país exporte US$ 5,2
bilhões, em petróleo, a cada seis
meses) e "o dinheiro serve para
Saddam construir palácios e refazer o armamento de seu país".
Dos US$ 5,2 bilhões, 30% são
usados para pagar indenizações
de guerra ao Kuait e 4% financiam operações da ONU. O restante (66%) deve servir para comprar alimentos e remédios. Associações de direitos humanos que
pedem o fim do embargo afirmam que esse valor é insuficiente
para as necessidades iraquianas.
China, França e Rússia manifestaram claramente sua oposição ao
embargo, devido a suas consequências, mas o fim das sanções
depende também da aprovação
dos EUA e do Reino Unido.
Os EUA se opõem ainda à presença de Saddam Hussein no governo, a quem acusam de liderar
uma campanha de repressão aos
oposicionistas. Por isso, fornecem
apoio a grupos que tentam derrubar Saddam, como o Conselho
Superior da Revolução Islâmica
no Iraque e o Daawa -duas organizações muçulmanas xiitas.
O presidente Bill Clinton firmou, no final de 1998, o Ato de Libertação do Iraque, que previa
uma assistência de cerca de US$
100 milhões em ajuda militar para
inimigos de Saddam. "Vamos fazer o que for possível para darmos
à oposição uma voz mais efetiva",
disse.
(PDF)
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