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Italiano morto vira "herói'; japoneses são libertados
DA REDAÇÃO
A população, a imprensa e os
políticos italianos reagiram com
emoção à morte do segurança Fabrizio Quattrocchi, 36, por extremistas islâmicos que o seqüestraram no Iraque, anteontem.
O chanceler Franco Frattini disse que o italiano morreu "como
herói". "Esse menino, enquanto
os assassinos lhe apontavam uma
arma, tentou tirar seu capuz e gritou: "agora vou mostrar como
morre um italiano'", disse Frattini. "Ele morreu como herói."
O chanceler conversou com o
embaixador italiano em Qatar,
que, por sua vez, assistiu ao vídeo
com as imagens do assassinato,
enviado à rede de TV Al Jazira.
A imprensa italiana destacou o
assassinato em suas manchetes.
"Horror no Iraque, morto refém
italiano", escreveu o diário milanês "Corriere della Sera". O jornal
do Vaticano, "L'Osservatore Romano", citou "uma execução impiedosa". Em editorial de primeira página, o romano "Il Messagero" falou em "gesto bárbaro que
nos deixa estupefatos".
A Casa Branca disse em sua
mensagem que o italiano "morreu pela liberdade".
Com outros três italianos ainda
em poder dos seqüestradores, que
exigem a retirada dos 3.000 soldados italianos do Iraque, o governo
busca uma saída negociada.
Ontem, o premiê Silvio Berlusconi convocou uma reunião
emergencial com seu gabinete e
representantes de agências de
combate ao terrorismo, após a
qual emitiu um comunicado em
que afirma estar trabalhando "em
todas as direções possíveis para a
libertação imediata e incondicional" dos reféns. Antes, ele reafirmara que manteria as tropas.
"Esse assassinato bárbaro fortalece a determinação italiana de
trabalhar pela verdadeira coexistência pacífica no Iraque", disse o
presidente Carlo Azeglio Ciampi
em uma mensagem de condolências enviada à família da vítima.
Mais de 50 estrangeiros foram
capturados desde que começou a
onda de seqüestros, há pouco
mais de uma semana. Dezenove
seguem nas mãos de diferentes
grupos extremistas, mas o italiano
é o único cuja morte pelos captores foi comprovada.
Ontem, três japoneses -um
jornalista e dois assistentes humanitários- capturados na semana
passada em Bagdá foram libertados após negociação com os seqüestradores, que exigiam a retirada dos soldados japoneses do
Iraque. O governo japonês mantém no país cerca de 500 homens.
Os reféns foram entregues a clérigos islâmicos em Bagdá e levados à embaixada japonesa na capital. As imagens dos três cativos
vendados e ameaçados pelos extremistas, exibidas após sua captura por TVs árabes, chocou a comunidade internacional.
Tóquio continua investigando
se outros dois japoneses desaparecidos anteontem estão em poder de seqüestradores.
A Rússia, que não apoiou a
guerra (mas tem civis trabalhando na reconstrução), iniciou ontem a retirada de seus cidadãos do
Iraque com a remoção de 366 pessoas, numa operação de dois dias
que deve resultar na saída de mais
de 800 civis, entre russos e cidadãos de ex-repúblicas soviéticas.
A retirada, promovida pelo governo russo, não é compulsória.
Cerca de 300 civis optaram por
continuar no Iraque.
Três russos e cinco ucranianos
(que trabalhavam para a empresa
de energia russa Interenergoservis no Iraque) foram seqüestrados e libertados nesta semana.
Manila também decidiu retirar
cerca de 3.000 civis filipinos que
estão no Iraque. Mas os cerca de
cem soldados enviados ao país
continuarão lá.
Com agências internacionais
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