São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2004

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Com apoio brasileiro, comissão deixa de censurar China e Rússia

DA REDAÇÃO

China e Rússia, com apoio brasileiro, deixaram de ser criticadas ontem na Comissão de Direitos Humanos da ONU ao conseguirem bloquear e derrotar projetos de resolução que censuravam a situação desses países.
A comissão, que se aproxima do fim de sua sessão anual, tratou ontem da situação específica de vários países.
Apoiados pela União Européia (UE), os EUA buscaram criticar a China na comissão (formada por 53 países) devido à repressão política e religiosa.
Mas, como já ocorreu em anos anteriores, a China facilmente bloqueou a resolução por meio de um procedimento que impede a proposta de ser levada à votação.
A Rússia também reuniu com facilidade votos suficientes para rejeitar uma resolução proposta pela UE questionando a tática de suas forças de segurança no sangrento conflito tchetcheno, que já provocou milhares de mortes.
A Rússia criticou duramente a UE, acusando o bloco de propor "um ato não-amistoso" e de "brincar nas mãos de terroristas".
O Brasil apoiou tanto a ação chinesa quanto a da Rússia. O país quis demonstrar boa vontade em relação à China às vésperas da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda neste mês.
O Brasil, que integra o chamado G-3, ao lado de Índia e África do Sul, quer ampliar o grupo também para a China e a Rússia, que estão entre os principais parceiros comerciais brasileiros.

Oriente Médio
A comissão voltou a condenar ontem os assentamentos ilegais de Israel nos territórios ocupados -um dia depois que o presidente dos EUA, George W. Bush, ter dito que alguns desses assentamentos poderiam ser mantidos.
Mas, diferentemente dos anos anteriores, os países árabes e muçulmanos se abstiveram na votação da proposta apresentada pela UE porque exortava os líderes palestinos a "combater o terrorismo". O Brasil e outros 26 países votaram a favor; EUA e República do Congo votaram contra.


Com agências internacionais


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