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IRAQUE OCUPADO
Sabotagem visa o principal canal de escoamento iraquiano, em Basra; conserto pode demorar dez dias
Ataque corta 70% da produção de petróleo
DA REDAÇÃO
Novos ataques contra oleodutos iraquianos reduziram ontem a
produção de petróleo do país a
30% de seu nível do pós-guerra
-que, por sua vez, já é inferior ao
nível anterior ao confronto e à capacidade de produção do país.
"Foram dois casos de sabotagem. Estamos avaliando a situação", disse o ministro do Petróleo,
Thamir Ghadhban, sobre os ataques contra um oleoduto que serve os tanques de armazenamento
na região de Basra (sul), por onde
escoa a maior parte da produção
do país. Bombeiros contiveram o
fogo, mas a estimativa é que o
conserto leve de sete a dez dias.
Empresas petroleiras que operam na região calculam que a produção tenha caído para menos de
500 mil barris diários, de uma média de 1,7 milhão no pós-guerra.
Mais tarde, foi anunciado um
ataque contra um outro oleoduto
no norte do país, mas não foram
divulgados detalhes.
O Iraque é dono da segunda
maior reserva de petróleo, atrás
apenas da Arábia Saudita, mas,
antes da guerra, sanções da ONU
limitavam a produção do país a
2,1 milhões de barris diários. O
novo governo quer atingir esse nível até julho, o que analistas
acham improvável.
O futuro governo vê a sabotagem como um dos maiores problemas do país. Na semana passada, o premiê Iyad Allawi estimou
que, nos últimos sete meses, ataques assim tenham custado aos
iraquianos US$ 200 milhões.
Desde a invasão, em março de
2003, a receita do petróleo é mantida em um fundo gerido pela Autoridade Provisória da Coalizão.
No próximo dia 30, quando tomará posse o governo interino, o
fundo passará aos iraquianos.
Tensões
Insurgentes voltaram a atacar
civis estrangeiros que prestam
serviços no país ontem, atirando
contra um comboio perto de Bagdá. Até a noite, não havia dados
ainda sobre vítimas.
Na véspera, sete estrangeiros e
seis iraquianos morreram em um
ataque com carro-bomba. Um site extremista islâmico divulgou
ontem um comunicado supostamente assinado por Abu Musab
Zarqawi, no qual o terrorista jordaniano reivindica o ataque.
"Essas operações são uma mensagem clara aos americanos de
que seu caminho nos países muçulmanos não será tão fácil quanto eles imaginam", diz. A autenticidade não pôde ser comprovada.
Numa aparente tentativa de
amenizar as tensões no sul do
país, onde age a milícia do clérigo
radical xiita Moqtada al Sadr, o
futuro presidente do Iraque, Ghazi Yawer, afirmou que o líder religioso poderia ocupar um lugar na
política do país se depusesse as armas. "Ele tem simpatizantes e representa pessoas", disse Yawer.
Em Washington, ao ser indagado sobre o assunto, o presidente
George W. Bush afirmou que cabe ao governo iraquiano decidir.
"Eles devem lidar com Al Sadr como acharem melhor", afirmou.
Com agências internacionais
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