São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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REAÇÃO

Governo dos EUA censurou atuação do país na área

Após crítica, Brasil reconhece que tráfico humano é problema grave

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Justiça reconheceu ontem que o tráfico humano é um problema grave no país e que até hoje poucos responsáveis pelo crime foram punidos.
Anteontem, um relatório do Departamento de Estado dos EUA acusou o Brasil de ser muito brando com os criminosos e de não atender aos padrões mínimos para a eliminação do problema.
O documento fala da situação do tráfico humano em 140 países e é produzido por exigência do Congresso dos EUA.
Leila Paiva, coordenadora do Programa Global de Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos, parceria entre o Ministério da Justiça e a ONU, reconhece a dificuldade na punição. Ela exemplifica a dificuldade do governo com uma pesquisa que analisou 36 processos e inquéritos entre 2000 e 2003 em quatro Estados brasileiros: só duas pessoas foram condenadas.
Segundo Leila, o governo tem se esforçado para treinar profissionais como delegados, oficiais de Justiça e promotores. Para ela, uma das grandes dificuldades é fazer com que o público entenda que tráfico humano é crime.
As maiores vítimas são mulheres, que vão atrás de promessas de casamento, emprego ou dinheiro. "Elas acabam exploradas em redes de prostituição ou em trabalho escravo." Entre os Estados com grande índice de pessoas traficadas estão o Ceará e Goiás.
O programa trabalha para modificar o código penal, que não inclui homens como vítimas de tráfico humano. Hoje, muitos travestis brasileiros são atraídos por ofertas em países como a Itália, e acabam explorados.
(ANA FLOR)


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