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REAÇÃO
Governo dos EUA censurou atuação do país na área
Após crítica, Brasil reconhece que tráfico humano é problema grave
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Justiça reconheceu ontem que o tráfico humano é um problema grave no
país e que até hoje poucos responsáveis pelo crime foram punidos.
Anteontem, um relatório do
Departamento de Estado dos
EUA acusou o Brasil de ser muito
brando com os criminosos e de
não atender aos padrões mínimos
para a eliminação do problema.
O documento fala da situação
do tráfico humano em 140 países e
é produzido por exigência do
Congresso dos EUA.
Leila Paiva, coordenadora do
Programa Global de Prevenção ao
Tráfico de Seres Humanos, parceria entre o Ministério da Justiça e
a ONU, reconhece a dificuldade
na punição. Ela exemplifica a dificuldade do governo com uma
pesquisa que analisou 36 processos e inquéritos entre 2000 e 2003
em quatro Estados brasileiros: só
duas pessoas foram condenadas.
Segundo Leila, o governo tem se
esforçado para treinar profissionais como delegados, oficiais de
Justiça e promotores. Para ela,
uma das grandes dificuldades é
fazer com que o público entenda
que tráfico humano é crime.
As maiores vítimas são mulheres, que vão atrás de promessas de
casamento, emprego ou dinheiro.
"Elas acabam exploradas em redes de prostituição ou em trabalho escravo." Entre os Estados
com grande índice de pessoas traficadas estão o Ceará e Goiás.
O programa trabalha para modificar o código penal, que não inclui homens como vítimas de tráfico humano. Hoje, muitos travestis brasileiros são atraídos por
ofertas em países como a Itália, e
acabam explorados.
(ANA FLOR)
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