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AMÉRICA DO SUL
Argentina renova pressão por negociações sobre Malvinas
DE BUENOS AIRES
O governo argentino acusou ontem o Reino Unido de
tomar decisões "ilegítimas" e
"unilaterais" para obstruir as
negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas (Falklands) e voltou a pedir que a
ONU interceda no tema.
A queixa foi feita pelo
chanceler Jorge Taiana durante reunião do Comitê Especial de Descolonização das
ONU. O comitê aprovou uma
declaração, proposta pelo
Chile, que insta os britânicos
a discutir uma solução pacífica para a disputa.
Taiana também acusou o
Reino Unido de não atender
os pedidos da comunidade
internacional para negociar.
Foi a segunda vez em menos
de um mês que a Argentina
voltou ao tema. A primeira
foi um discurso do chanceler
na OEA (Organização dos
Estados Americanos).
O governo Néstor Kirchner tem reafirmado que recuperar as ilhas "é objetivo
permanente e irrenunciável
do povo argentino", e as últimas declarações sobre o tema azedaram a relação com
os britânicos.
A diplomacia britânica não
costuma falar do assunto,
mas no começo do mês, ao
jornal argentino "La Nación", a embaixada do país
reafirmou a posição oficial:
"As Falklands não são uma
colônia. O Reino Unido só é
responsável por temas de defesa e de política exterior".
A ditadura argentina tentou retomar as ilhas numa
guerra fracassada contra os
ingleses, em 1982. Em 1990,
as relações diplomáticas foram retomadas. No governo
Kirchner a situação ficou
mais tensa. Só em 2005, foram 15 reclamações formais
aos ingleses pela atuação nas
Malvinas, por temas como
navegação e pesca não autorizada.
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