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Potências isolam o Hamas e apóiam governo de Abbas
EUA prometem ajuda à Cisjordânia, e Israel volta a repassar parte de impostos
"Quarteto" sobre Oriente
Médio -EUA, ONU, Rússia e
União Européia- programa
viabilização dos palestinos
moderados na Cisjordânia
Hatem Moussa/Associated Press
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Militantes do Hamas tomam mesa e cadeira de Abbas em Gaza |
DA REDAÇÃO
A comunidade internacional
movimentou-se ontem para reforçar a autoridade do presidente palestino, Mahmoud Abbas, e procurou, paralelamente,
isolar o grupo islâmico Hamas,
que na quinta-feira, após combates de cinco dias -116 mortos e 550 feridos-, assumiu o
controle da faixa de Gaza.
Abbas, que havia dissolvido
anteontem o governo de coalizão entre o Hamas e seu partido, o secular Fatah, nomeou como primeiro-ministro Salam
Fayyad, personalidade independente, ex-economista do
Banco Mundial e que ocupava o
Ministério das Finanças no gabinete anterior.
O premiê afastado Ismail Haniyeh recusou a dissolução do
gabinete. Mas divulgou um comunicado em que exorta o Hamas a cessar as hostilidades
contra a facção palestina rival.
O chamado "Quarteto" para
o Oriente Médio -Estados
Unidos, Rússia, Nações Unidas
e União Européia- discutiu a
situação em videoconferência,
ontem pela manhã, e, segundo
o comissário europeu para
questões diplomáticas, Javier
Solana, "enviou uma clara
mensagem de apoio a Abbas",
além de lamentar os problemas
humanitários gerados pelos
combates em Gaza.
A Rússia, por meio de seu
chanceler, Serguei Lavrov, apelou pela volta à calma e exortou
os mediadores internacionais a
evitarem uma guerra civil. O
Egito, que tentava praticar essa
mediação, retirou seus diplomatas de Gaza, em protesto
contra a tomada do poder pelo
grupo islâmico.
Os EUA e a UE apoiaram a
decisão de Abbas de declarar o
estado de emergência. O presidente russo, Vladimir Putin, telefonou ao presidente israelense, Shimon Peres, para discutir
a situação regional.
A Síria, aliada regional do Hamas, não se pronunciou. Outro
aliado do grupo, o Irã, manteve-se eqüidistante. O ex-presidente reformista iraniano Akbar
Hashemi Rafsanjani afirmou
que "infelizmente os palestinos
decidiram combater uns aos
outros e esqueceram que seu
verdadeiro inimigo é Israel".
O governo britânico disse estar aberto à discussão para a
instalação de forças internacionais na fronteira de Gaza com o
Egito, conforme proposta do
premiê israelense, Ehud Olmert, para impedir o ingresso
de armas que reforçariam o poder de fogo do Hamas.
Olmert discutirá a questão
com o presidente George W.
Bush, em Washington, na terça-feira. A ministra israelense
das Relações Exteriores, Tzipi
Livni, voltou ontem a defender
esse plano, cuja viabilidade não
é nem um pouco consensual.
Volta dos dólares
Outro tema na agenda de
Bush com Olmert, diz o "Financial Times", é o desbloqueio dos
US$ 300 milhões a US$ 400
milhões da parcela de impostos
que Israel arrecada em nome
dos palestinos. Há 18 meses o
Tesouro israelense não transfere esse dinheiro, justamente
porque o gabinete local era
controlado pelo Hamas.
Olmert, em telefonema ao ditador egípcio, Hosni Mubarak,
disse que tomaria medidas para
ajudar Abbas.
A Associated Press diz, a respeito, que assessores de Abbas
foram ontem informados que
os Estados Unidos desbloqueariam fundos para programas de
infra-estrutura na Cisjordânia.
A União Européia também disse que faria o mesmo.
Ou seja, Mahmoud Abbas e a
Cisjordânia, aonde sua autoridade está agora limitada, seriam recompensados como
contrapeso ao Hamas. Lideranças cisjordanas ontem entrevistadas pela Associated Press
dizem que isso lhes é vantajoso.
Com agências internacionais
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