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Obama tenta conter danos políticos pós-vazamento
Presidente faz discurso para mostrar ter estratégias para reverter desastre
Pesquisa indica que
52% dos americanos
desaprovam reação da
Casa Branca a acidente
com plataforma da BP
Jim Young/Reuters
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O presidente Barack Obama cumprimenta militares em base naval situada em área atingida por vazamento, na Flórida
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Com tons cada vez mais
políticos, o vazamento de petróleo no golfo do México levou o presidente Barack Obama a fazer na noite de ontem
seu primeiro discurso ao país
do Salão Oval, no qual renovou apelos por uma reforma
energética ampla.
A escolha do local, reservado para os pronunciamentos mais importantes de um
presidente, foi cuidadosa.
No foco das manchetes, o
pior desastre ambiental da
história do país -e a resposta
federal a ele- vem definindo
a narrativa recente do governo Obama.
A intenção ontem era a de
virar a página: Obama afirmou que, em dias ou semanas, a empresa responsável
pelo vazamento, BP (British
Petroleum) deverá já será capaz de capturar 90% do petróleo lançado continuamente no golfo.
"Os milhões de galões de
petróleo que já vazaram são
como uma epidemia (...),
mas não se enganem: vamos
trabalhar para conter os danos com todas as armas pelo
tempo que for necessário."
Obama disse ter encomendado um plano de longo prazo para a recuperação do golfo. Também destacou a pressão contra a BP, que chamou
de "descuidada": "Faremos
a BP pagar".
Ele terá encontro com executivos da petroleira hoje. O
presidente disse que os forçará a criar um fundo, controlado por terceiros, para pagar
compensações aos afetados.
Obama assinou ontem
uma emenda que autoriza a
Guarda Costeira a obter múltiplos fundos de até US$ 100
milhões (até o limite de US$ 1
bilhão) para usar na resposta
ao vazamento.
REFORMA
A explosão da plataforma
da BP no golfo do México, em
abril, ocorreu pouco após
Obama ter anunciado que liberaria exploração de petróleo em áreas antes protegidas. Apesar de ter decretado
rapidamente uma moratória,
o timing não ajudou.
A Casa Branca tenta agora
transformar o acidente numa
oportunidade para pressionar por mudanças que reduzam a dependência dos EUA
em combustíveis fósseis.
Pouco antes do discurso, o
governo divulgou nova estimativa para o vazamento, de
até 60 mil barris de petróleo
por dia, o dobro do estimado
anteriormente.
"Não importa o quanto
melhoramos nossas regras
para a indústria, explorar petróleo hoje inclui riscos crescentes", afirmou Obama.
"A tragédia que se desenrola em nossa costa é o mais
doloroso alerta de que a hora
de abraçar um futuro de
energia limpa é agora."
IMAGEM
Enquanto tentava defender sua atuação, Obama concluiu o seu discurso de ontem em tons religiosos, afirmando rezar "por coragem,
pelas pessoas do golfo e para
que uma mão nos guie através da tempestade".
Ele precisa de toda ajuda
que puder. Pesquisa Associated Press-GfK divulgada ontem afirma que 52% dos americanos desaprovam a atuação de Obama no caso. A taxa
é similar à obtida pelo ex-presidente George W. Bush
(2001-2009) dois meses após
o furacão Katrina arrasar Nova Orleans (53%).
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