São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2004

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KPMG indica contrabando de petróleo

DA REDAÇÃO

A primeira auditoria sobre a administração americana do Fundo para o Desenvolvimento do Iraque concluiu que, embora todas as receitas oficiais relacionadas à venda de petróleo tenham sido contabilizadas, o sistema de registros contábeis ficou "aberto a atos fraudulentos" por conta da falta de "mecanismos de controle".
Concretamente, a auditoria internacional realizada pela empresa KPMG, divulgada ontem, concluiu que houve "contrabando de desconhecidas quantidades de petróleo durante os primeiros meses" da ocupação do Iraque pela coalizão liderada pelos EUA.
No entanto a auditoria mostrou que não há evidências de fraude no modo como o dinheiro obtido com a venda de petróleo foi despendido pela coalizão.
A auditoria foi encomendada pelo Conselho Internacional Consultivo e de Monitoração, que inclui a ONU, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, como parte de sua tarefa de controlar as receitas obtidas com a venda do petróleo iraquiano.
"Não encontramos evidências de fraude, e a KPMG também não as encontrou, já que não as mencionou em sua auditoria", declarou Jean-Pierre Halbwachs, presidente do Conselho Internacional Consultivo e de Monitoração, acrescentando que os "mecanismos de controle não foram suficientes" para assegurar a total transparência do processo.
A KPMG lamentou a falta de colaboração por parte de Paul Bremer, ex-chefe da Autoridade Provisória da Coalizão.
De acordo com os auditores, ele dificultou a obtenção de documentos sobre os montantes pagos à empresa Halliburton, que foi comandada pelo vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, de 1995 a 2000. A Halliburton recebeu US$ 1,5 bilhão em contratos.
O Fundo para o Desenvolvimento do Iraque (num total de US$ 20 bilhões, segundo o diário espanhol "El País") é o sucessor do Programa de Petróleo por Alimentos, que permitiu ao ex-ditador Saddam Hussein continuar a vender petróleo -com a autorização da ONU- após a Guerra do Golfo (1991).


Com agências internacionais e o jornal "El País"


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