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IRAQUE SOB TUTELA
Atentado fere 40; premiê interino anuncia criação de agência de inteligência para "aniquilar" a insurgência
2º carro-bomba em 24 horas mata mais 10
DA REDAÇÃO
O premiê interino do Iraque,
Iyad Allawi, anunciou ontem, dia
em que dez pessoas foram mortas
e cerca de 40 ficaram feridas na
explosão de um carro-bomba, a
criação de uma agência de inteligência para combater a insurgência. Foi o segundo atentado do gênero em 24 horas.
Entre as vítimas do ataque, que
visou a principal delegacia de Hadithah (oeste), há duas crianças e
quatro policiais. Anteontem, 11
pessoas morreram em um atentado semelhante em Bagdá.
"Estamos determinados a derrubar todos os obstáculos no caminho para a democracia", disse
Allawi ao anunciar a Diretoria Geral de Segurança. "Se Deus quiser,
o terrorismo será aniquilado."
Em Kirkuk (norte), uma mulher e seus três filhos morreram
enquanto dormiam no telhado de
sua casa, por causa do calor,
quando um foguete os atingiu. Na
região, um oleoduto foi atacado.
A insurgência que marcou os 15
meses de ocupação oficial do Iraque não arrefeceu com a transição
administrativa no país. Os atentados em Bagdá e Hadithah mostram que, passadas duas semanas
da posse do governo interino, no
dia 28, os ataques recrudesceram,
apesar da manutenção no país de
160 mil militares da Força Multinacional comandada pelos EUA.
Na semana passada, Allawi
anunciou uma lei de segurança
que lhe dá poderes para decretar
estado de emergência. Mas ele
ainda não a pôs em prática, afirmando que a "segurança está melhorando" apesar dos ataques.
O premiê interino, um ex-colaborador da CIA (serviço secreto
dos EUA), não deu detalhes de como funcionará agência de inteligência, afirmando apenas que ficará submetida ao sistema judicial. Tampouco disse quem serão
os funcionários do novo serviço
secreto -muitos iraquianos temem que ele recorra a ex-agentes
do temido serviço secreto do ex-ditador Saddam Hussein.
Reféns
Um corpo decapitado portando
um macacão laranja, semelhante
ao usado por suspeitos de terrorismo presos pelos EUA, foi achado no rio Tigre, em Bagdá. Não foi
confirmado se ele pertence ao caminhoneiro búlgaro assassinado
anteontem por seus seqüestradores. Outro búlgaro segue em poder do grupo, supostamente ligado ao terrorista jordaniano Abu
Musab Zarqawi, acusado de vários atentados no país.
Um comunicado atribuído a
Zarqawi e publicado em um site
reivindicou o assassinato, anteontem, do governador de Mossul,
terceira maior cidade do país.
Em entrevista a um jornal local,
Allawi afirmou que a polícia iraquiana prendeu o motorista do
jordaniano e que seguidores dele
e de Saddam estão arrecadando,
para suas operações, "milhões de
dólares" em países vizinhos.
Um caminhoneiro egípcio também segue seqüestrado no Iraque.
A empresa saudita que o emprega
cedeu à demanda dos captores e
anunciou que deixará o Iraque,
mas o grupo exige provas da retirada em 48 horas para soltá-lo.
Em um vídeo divulgado pela rede de TV Al Jazira (de Qatar), o
caminhoneiro filipino Angelo de
la Cruz, 46, pede que sua família o
espere: "Estou voltando para vocês". Sob críticas dos EUA, o governo filipino atendeu à exigência
dos terroristas e anunciou a saída
de sua tropa de 51 soldados do
Iraque 35 dias antes do programado. A retirada já começou, mas
os seqüestradores disseram, em
comunicado, que só libertarão De
la Cruz quando todos os soldados
filipinos tiverem saído.
Com agências internacionais
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