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Hizbollah pode atingir Tel Aviv, diz Israel
Exército afirma que cerca de cem membros da Guarda Revolucionária do Irã estão no Líbano para ajudar o grupo islâmico
Extremistas têm foguetes
capazes de acertar também
Jerusalém, segundo fontes da inteligência; líder deve
ser "liqüidado", diz ministro ´
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE TEL AVIV
Um oficial da inteligência israelense disse ontem que os
militares acreditam na presença de cerca de cem soldados da
Guarda Revolucionária iraniana em solo libanês, apoiando o
Hizbollah. "O Irã já está envolvido neste conflito", disse, ressaltando que o grupo terrorista
tem capacidade de acertar Tel
Aviv com mísseis e de usar outras táticas contra Israel.
Os soldados iranianos teriam
ajudado no disparo do míssil C-802, de fabricação iraniana,
que atingiu uma corveta israelense na costa de Beirute, na
sexta. Após o ataque, que foi
anunciado na TV pelo líder do
Hizbollah, Hassan Nasrallah,
surgiram rumores de que o grupo usara uma aeronave não tripulada no ataque.
O Irã, contudo, negou envolvimento no ataque ao barco.
"Essas acusações das autoridades israelenses carecem de fundamento e tentam encobrir a
impotência desse regime diante da resistência do povo libanês", afirmou um comunicado
do governo iraniano.
O oficial israelense, que pediu anonimato, disse que o Hizbollah tem capacidade de carregar com explosivos aeronaves não tripuladas e direcioná-las contra cidades de Israel. A
mesma fonte afirmou que essas
armas são difíceis de ser captadas por radares e interceptadas, mas têm pouca precisão.
Na avaliação do oficial, o Hizbollah pode usar armas mais
poderosas, como "dezenas" de
mísseis de médio (até 40 km) e
longo (200 km) alcance, o que
coloca Jerusalém, Tel Aviv e toda a região central do país na
mira dos ataques. Esses mísseis
seriam dos modelos Fajer, Zelzal e Naziat, todos de fabricação iraniana, ainda de acordo
com o oficial de inteligência.
O Hizbollah afirma ter 10 mil
mísseis, a maioria do modelo
katyusha. Para o oficial, o grupo
ainda não usou mísseis de
maior alcance por "medo da retaliação" ou por "confusão" na
cadeia de comando.
Entre outras táticas que a inteligência israelense espera
confrontar estão atentados suicidas patrocinados pelo Hizbollah a partir de territórios palestinos e mais seqüestros de
soldados. O oficial afirma que o
Hizbollah foi pego de surpresa
pela força da reação israelense
ao seqüestro de dois soldados.
A inteligência israelense
acredita que Nasrallah esteja
escondido em abrigos subterrâneos em Beirute.
Mesmo com o alto número
de civis libaneses vítimas dos
bombardeios, o israelense afirma que a ofensiva vai continuar
e aposta na perda de legitimidade do Hizbollah dentro do Líbano. "O grupo deixa de ser visto como o defensor, e passa a
ser considerado o destruidor
do Líbano", disse o oficial.
Ontem, em entrevista a uma
rádio, o ministro da Imigração
de Israel, Zeev Boin, disse que
Nasrallah é alvo da aviação.
"Ele não pode ter imunidade.
Na primeira oportunidade nós
o liqüidaremos", disse.
Gaza
Na outra frente do conflito,
Israel matou duas pessoas e
voltou a bombardear o Ministério da Economia palestino,
em Gaza. Um ataque aéreo matou um militante do Hamas,
grupo terrorista que está no governo palestino, em sua casa.
Duas crianças foram feridas.
Horas antes, o Exército matara
a tiros outro militante que teria
jogado granadas em soldados.
A ofensiva israelense na faixa
de Gaza teve início após militantes invadirem o território
israelense, matarem dois soldados e seqüestrarem um terceiro, o cabo Gilad Shalit.
Pelo menos 85 pessoas já foram mortas nos ataques israelenses às bases do Hamas em
Gaza e dezenas de políticos estão presos, entre eles oito ministros.
(MICHEL GAWENDO)
Com agências internacionais
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