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França manda prender 4 em escândalo envolvendo L'Oréal
Apuração revelará se Sarkozy recebeu doações ilegais em 2007
ANA CAROLINA DANI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE PARIS
Apesar das tentativas do
governo francês de abafar o
barulho causado pelo escândalo envolvendo a herdeira
do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt, 87, o caso continua
a ganhar proporções tentaculares na França.
Ontem, a Justiça francesa
decretou, a pedido do Ministério Público de Nanterre, as
prisões de quatro suspeitos
de envolvimento com gravações -feitas por um mordomo da milionária- que revelariam a existência de contas
bancárias não declaradas na
Suíça e da compra secreta de
uma ilha nas Seychelles.
Entre os presos estão Patrice de Maistre, ex-administrador da fortuna da herdeira da
L'Oréal, e o fotógrafo François-Marie Banier, amigo de
Bettencourt e acusado de tê-la manipulado para obter as
doações ilegais no valor de
aproximadamente 1 bilhão.
Os suspeitos começaram a
ser ouvidos na sede da Brigada Financeira de Paris ontem
de manhã, e os depoimentos
prosseguiam até o início desta madrugada.
Essas detenções integram
as investigações sobre as denúncias de abuso de confiança e de fraude fiscal praticada por Bettencourt e um suposto conflito de interesses
envolvendo Eric Woerth, o
ministro do Trabalho que é
também tesoureiro do partido governista, UMP.
HISTÓRICO
O problema começou com
a denúncia da ex-contadora
da herdeira, Claire Thibout,
de que Woerth recebeu 150
mil em espécie para financiar
a campanha de Nicolas Sarkozy à Presidência, em 2007.
A lei limita a 4.600 as
doações feitas por pessoas físicas e estabelece que repasses de verbas sejam feitos em
espécie apenas quando inferiores a 150.
O caso já levou o mandatário francês a fazer um discurso na TV. Ele e o ministro negam irregularidade.
Atualmente, três inquéritos estão em curso para investigar os inúmeros desdobramentos do escândalo Bettencourt, que começou com
uma disputa judicial movida
pela filha da milionária e acabou atingindo a alta esfera
do governo francês.
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