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Ratos e falta d'água eram rotina na prisão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE MADRI
Ratos e baratas, água a
cada três dias, comida podre, autoflagelação e excrementos pelo chão. Esse foi o
cenário que os ex-presos
políticos de Cuba enviados
à Espanha afirmaram ontem haver enfrentado nos
últimos sete anos que passaram encarcerados em
presídios da ilha.
Denunciaram a existência de supostas "prisões-vitrine", que o governo utiliza
para inspeções de grupos
humanitários, e disseram
que todos contraíram enfermidades nos presídios.
"Convivíamos com ratos,
baratas, lacraias e excrementos. E comíamos um almoço que vinha podre, feito
12 horas antes", declarou
Júlio César Rodríguez.
Água, nunca tratada, era
um recurso ao qual tinham
acesso a cada três dias, por
dez minutos. "Às vezes,
com o calor, alguns companheiros sugavam de uma
mangueira com a boca",
contou Omar Rodríguez.
"Como nunca limpavam
o banheiro, fizemos uma trilha para chegar ao vaso sanitário sem pisar em excrementos. Éramos totalmente
saudáveis [antes da prisão],
mas saímos de lá cheios de
problemas", disse.
Para conseguir atendimento médico, presos recorriam à autoflagelação,
disse Normando González.
"O mais comum era deitar no colchão e atear fogo a
ele. Mas também vi gente
introduzindo petróleo nas
partes íntimas e colocando
excremento nos olhos",
afirmou González.
(LB)
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