São Paulo, sexta-feira, 16 de julho de 2010

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Ratos e falta d'água eram rotina na prisão

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI

Ratos e baratas, água a cada três dias, comida podre, autoflagelação e excrementos pelo chão. Esse foi o cenário que os ex-presos políticos de Cuba enviados à Espanha afirmaram ontem haver enfrentado nos últimos sete anos que passaram encarcerados em presídios da ilha.
Denunciaram a existência de supostas "prisões-vitrine", que o governo utiliza para inspeções de grupos humanitários, e disseram que todos contraíram enfermidades nos presídios.
"Convivíamos com ratos, baratas, lacraias e excrementos. E comíamos um almoço que vinha podre, feito 12 horas antes", declarou Júlio César Rodríguez.
Água, nunca tratada, era um recurso ao qual tinham acesso a cada três dias, por dez minutos. "Às vezes, com o calor, alguns companheiros sugavam de uma mangueira com a boca", contou Omar Rodríguez.
"Como nunca limpavam o banheiro, fizemos uma trilha para chegar ao vaso sanitário sem pisar em excrementos. Éramos totalmente saudáveis [antes da prisão], mas saímos de lá cheios de problemas", disse.
Para conseguir atendimento médico, presos recorriam à autoflagelação, disse Normando González.
"O mais comum era deitar no colchão e atear fogo a ele. Mas também vi gente introduzindo petróleo nas partes íntimas e colocando excremento nos olhos", afirmou González. (LB)


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