São Paulo, sábado, 16 de julho de 2011

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Teste de resistência a crises deixa oito bancos europeus reprovados

Cinco espanhóis, dois gregos e um austríaco precisarão de € 2,5 bilhões de ajuda financeira

Analistas dizem que avaliação não foi rígida o suficiente, por isso índice de reprovação foi menor que o esperado

CAROLINA VILA-NOVA
EM BERLIM

Oito de 90 bancos europeus foram reprovados no "teste de estresse" realizado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) e precisam de uma injeção de capital de € 2,5 bilhões (R$ 5,5 bi) até o fim deste ano.
O teste avalia a resiliência de uma amostra de bancos em cenários "plausivelmente adversos" -por exemplo, a atual crise europeia.
Analistas consideraram, porém, que o teste não foi suficientemente rígido, daí a alta taxa de aprovação, e que isso pode provocar um efeito adverso nos mercados.
A instituição com o pior desempenho foi o ATEBank, da Grécia, que também teve um segundo banco reprovado, o EFG (ambos estatais).
Falharam ainda cinco bancos espanhóis -CAM, Pastor, Caja3, Unnim e Catalunyacaixa- e o austríaco Volksbanken. Em reação, a Espanha negou que seus bancos precisem reforçar o caixa.
O banco alemão Helaba se retirou do teste na quarta-feira, diante da expectativa de que fosse reprovado.
Se fossem considerados apenas os dados de 2010, seriam 20 os bancos reprovados, com uma necessidade de capitalização de € 50 bilhões. Mas a EBA considerou as injeções de capital feitas nos primeiros quatro meses deste ano, tirando muitas instituições da berlinda.
A expectativa do mercado era que 15 instituições fossem reprovadas. Ainda assim, 16 bancos ficaram no limiar da reprovação e precisam adotar um plano emergencial nos próximos três meses.
Uma das críticas feitas ao teste é a de que não levou em conta a possibilidade de um calote grego -o que colocaria bancos franceses e alemães numa situação complicada.
"Isso não seria politicamente palatável", disse Jason Karaian, da Economist Intelligence Unit.
O EBA afirmou que o teste deste ano foi mais severo que o do ano passado. Em 2010, o banco irlandês Allied Irish Bank foi aprovado, mas, meses depois, precisou ser resgatado pelo governo.


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