São Paulo, sábado, 16 de julho de 2011

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Em um único dia, Murdoch perde dois auxiliares próximos

Rebekah Brooks, diretora do conglomerado do magnata, e Les Hinton, da Dow Jones, caem após caso de grampos

Empresário australiano publica um pedido de desculpas em jornais e visita familiares de estudante grampeada

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A News Corp., conglomerado de mídia do magnata australiano Rupert Murdoch, perdeu ontem dois de seus altos executivos devido ao escândalo das escutas telefônicas ilegais feitas pelo recém-extinto tabloide britânico "News of the World".
Caíram Rebekah Brooks, diretora-executiva da News International (braço britânico da News Corp.) e amiga próxima de Murdoch, e Les Hinton, executivo-chefe da Dow Jones e publisher do jornal "Wall Street Journal".
O pedido de demissão de Hinton marca a chegada da crise aos negócios do empresário nos Estados Unidos.
Os dois executivos, que apresentaram suas demissões por meio de cartas, estiveram ligados ao "News of the World" na época em que ocorreram as escutas ilegais.
Rebekah foi editora do jornal entre 2000 e 2003 e ocupava até ontem o posto de diretora da filial britânica da News Corp., a News International. Hinton atuou no mesmo posto, no Reino Unido, entre 1997 e 2005.
Quem assumirá o lugar deixado pela "queridinha" de Murdoch é o braço direito do magnata na Itália, Tom Mockridge, atual diretor-executivo da Sky Itália.
A renúncia de Brooks veio menos de 12 horas depois que um príncipe saudita, que seria o segundo maior investidor da News Corp., disse em entrevista à rede de TV BBC que, se Brooks soubesse das más condutas que ocorriam no "News of the World", ela deveria pedir demissão.
O premiê britânico, David Cameron comentou o caso afirmando que Brooks "fez a coisa certa" ao se demitir.
Na tentativa de frear o escândalo, Murdoch publicará hoje um anúncio de página inteira nos principais jornais britânicos.

DESCULPAS
Nele, o magnata afirma que o tabloide, que tinha a função de vigiar os demais, falhou ao não ter fiscalizado a si próprio. "Lamentamos as faltas graves que ocorreram", diz parte do texto.
Em outra retratação, Murdoch fez uma visita à família da estudante Milly Dowler, 13 -que teve o telefone grampeado pelo "News of the World" após ser sequestrada e assassinada em 2002- para desculpar-se pessoalmente.
Há anos circulam denúncias de que repórteres do "News of the World" usavam arapongas para grampear ilegalmente telefones e caixas de recado para levantar informações exclusivas.
As proporções do escândalo cresceram quando um araponga apagou mensagens da caixa de postal do telefone de Milly, levando a polícia a pensar que ela ainda estava viva.
Ontem, o ator Jude Law anunciou que processará o "The Sun", outro tabloide britânico de Murdoch, também por causa de grampos ilegais.


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