São Paulo, sábado, 16 de julho de 2011

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EUA reconhecem os rebeldes líbios como governo legítimo

Hillary Clinton faz anúncio em reunião internacional na Turquia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Grupo de Contato sobre a Líbia, reunido em Istambul, reconheceu ontem os rebeldes líbios como o governo legítimo do país. O anúncio foi feito por Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA.
Mais de 30 países participaram da reunião, além de órgãos internacionais. O Brasil esteve presente pela primeira vez, como observador.
Segundo o Itamaraty, o país não participou da decisão e não reconhece os rebeldes como governo legítimo da Líbia. Porém, não descarta tomar essa decisão no futuro.
A decisão do Grupo de Contato marca importante passo diplomático no conflito, e o reconhecimento da insurgência pode destravar US$ 34 bilhões (R$ 53 bilhões) de fundos líbios atualmente congelados nos EUA, que seriam repassados aos rebeldes.
"Até que haja uma autoridade interina, os EUA irão reconhecer o Conselho Nacional de Transição [rebelde] como a autoridade legítima na Líbia", afirmou Clinton.
O ministro de Relações Exteriores da Turquia anunciou, durante o mesmo encontro, a abertura de uma linha de crédito de US$ 200 milhões (R$ 314 milhões) destinada aos rebeldes, tendo como garantia fundos congelados do ditador Muammar Gaddafi.
As nações envolvidas no conflito armado -travado há cinco meses- afirmaram que planejam intensificar a pressão militar para que Gaddafi renuncie. Ele se mantém há 41 anos no poder.
Em discurso, Gaddafi rejeitou o reconhecimento dos rebeldes como governo legítimo da Líbia. "Pisoteiem nesse reconhecimento, ele é inútil", afirmou ontem o ditador.
Ele disse, ainda, que aprecia o apoio dos milhões de líbios que anseiam pela morte, martírio e suicídio.
Musa Ibrahim, porta-voz do governo, disse que as forças leais a Gaddafi estão dispostas a "morrer pelo petróleo". "Nós vamos matar todos os que chegarem perto do nosso petróleo. Rebeldes, Otan [aliança militar ocidental], não nos importamos."
Há relatos, porém, de que Gaddafi está interessado em negociar o fim do conflito, apesar de ainda manter posição contrária em público.
Um porta-voz rebelde afirmou ontem que não acredita que vá haver cessar-fogo até que o ditador tenha sido derrotado -mesmo durante o mês sagrado de Ramadã, que começa no início de agosto.
Anders Fogh Rasmussen, chefe da Otan, pediu ontem que membros da aliança militar forneçam mais aviões para bombear alvos líbios.
O Reino Unido -que anteontem destruiu veículo blindado em local próximo à fortaleza rebelde de Misrata- diz que vai enviar mais quatro caças de reconhecimento.
Esses aviões são estratégicos à missão, já que as forças de Gaddafi escondem artilharia entre construções civis.

Colaborou ISABEL FLECK, de São Paulo


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