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PARAGUAI
Novo presidente promete mudanças e defende política com "rosto humano"
Na posse, Duarte ataca neoliberalismo
DA REDAÇÃO
Nicanor Duarte Frutos, 46, assumiu ontem a Presidência do Paraguai com duras críticas ao neoliberalismo e promessas de fazer
uma gestão que busque o "desenvolvimento com rosto humano".
Ele também voltou a dizer que
combaterá "os mafiosos" que tornaram o país sinônimo de pirataria, contrabando e corrupção.
"O neoliberalismo tem sido um
fracasso porque nega e oprime a
dignidade humana", afirmou
Duarte durante seu discurso de
posse, de 50 minutos, diante de
nove chefes de Estado latino-americanos, incluindo Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil.
Ele criticou os "oráculos da desocupação e da miséria" e disse
que não aplicará "culturas miméticas" nem servirá a "interesses
estrangeiros". "O ser humano vale mais que o mercado", disse ele
em uma fala elogiada pelo ditador
de Cuba, Fidel Castro, que se disse
"impressionado" e "encantado".
Duarte fez parte de seu discurso
em guarani, língua falada por
90% da população paraguaia.
"Cheipitivokena, cheipitivokena
[Ajudem-me, ajudem-me]", disse, antes de ser ovacionado pelas
milhares de pessoas que acompanhavam o discurso na praça do
Congresso, em Assunção.
Ele também prometeu lutar
contra os problemas crônicos do
Paraguai e tirar o país de sua mais
grave crise econômica. "Vamos
fazer uma guerra contra as máfias", disse, com um soco no ar.
"Vamos lutar contra todos os envolvidos em pirataria e em contrabando", afirmou.
Duarte sucede a Luis González
Macchi, que exercia o cargo desde
1999 e que também pertence ao
Partido Colorado, no poder ininterruptamente desde 1947.
González Macchi teve anteontem sua saída do país proibida pela Justiça, por causa da acusação
de um desvio de US$ 16 milhões.
Ele também foi acusado, durante
o mandato, de utilizar um carro
roubado no Brasil. Anteontem,
ele disse que não tem nada a esconder e que se submeterá às decisões da Justiça.
Em seu discurso de despedida,
ontem, González Macchi reconheceu que sua gestão teve resultados pobres, mas reclamou de
uma suposta falta de cooperação
por parte do Congresso.
"Reconhecemos que não obtivemos os resultados desejados na
luta contra a corrupção, no objetivo de elevar os níveis de crescimento econômico, na solução aos
problemas sociais, na reativação
econômica no setor industrial",
afirmou. "Eu recebi um país afundado em uma dramática e séria
crise política. Hoje eu entrego o
país em paz", disse.
González Macchi sofreu fortes
questionamentos sobre sua legitimidade por não ter sido eleito diretamente para a Presidência. Ele
assumiu o cargo em março de
1999, como presidente do Congresso, após o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña e a
renúncia do presidente Raúl Cubas Grau, acusado de cumplicidade na morte do vice.
Com agências internacionais
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