|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA
Até 70 mil soldados e oficiais e 100 mil funcionários de apoio e familiares deixarão Europa e Ásia e voltarão ao seu país
Bush anuncia hoje corte recorde de tropas no exterior
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, George
W. Bush, deve anunciar hoje, durante discurso para veteranos de
guerra, a retirada de até 70 mil militares da Europa e da Ásia, além
de 100 mil funcionários de apoio e
familiares, segundo informações
divulgadas nesse final de semana
por autoridades militares do país.
As mudanças -que não afetarão o contingente no Iraque e no
Afeganistão- significam o mais
importante rearranjo militar
ocorrido no mundo desde o fim
da Guerra Fria.
O número representa mais de
um terço do total de soldados dos
EUA espalhados pelo mundo,
com exceção dos dois países ocupados pelos americanos. Cerca de
200 mil militares ao todo, dos
quais 100 mil na Europa.
Tropas menores
O Departamento da Defesa teria
avisado a seus comandantes na
Alemanha, no início deste ano,
que pretendia substituir o pesado
efetivo no país por tropas menores, segundo eles com maior poder de movimentação.
"Isso [todo o rearranjo de tropas] vai fortalecer nossa possibilidade de responder a ameaças internacionais, aumentar a capacidade de proteger os Estados Unidos e diminuir o fardo imposto a
nossos militares e suas famílias",
disse ao "New York Times" um
integrante do governo sob condição de anonimato, já que o plano
ainda não foi oficialmente anunciado pelo presidente.
A decisão acontece no momento em que o Exército americano
encontra dificuldades de alistamento e de uso maior de tropas
no Iraque e no Afeganistão. O período de estadia de muitos soldados no Iraque foi prolongado indefinidamente.
Autoridades militares teriam
dito, no entanto, ainda segundo o
diário nova-iorquino, que o rearranjo não está relacionado com os
conflitos nos dois países.
O anúncio de Bush também
acontece a duas semanas da Convenção Republicana, que confirmará o nome do presidente como
candidato à reeleição pelo partido, e em meio à principal disputa
simbólica do momento entre ele e
seu oponente democrata, John
Kerry: saber quem seria o melhor
comandante militar do país numa
época de insegurança e de declarada guerra contra o terrorismo.
Kerry critica o fato de o atual
presidente, segundo ele, ter declarado guerra "sem ter um plano
para garantir a paz".
Funcionários do Pentágono que
trabalham há cerca de um ano na
definição do rearranjo militar do
país argumentam que o objetivo
das mudanças é criar maior flexibilidade para o envio de tropas a
qualquer parte do mundo.
Boa parte dos militares retornariam inicialmente para os Estados
Unidos, embora não se tenha informado o período exato para o
deslocamento.
Texto Anterior: África: ONU condena massacre de 160 em Burundi Próximo Texto: América latina: Empobrecimento dos argentinos sobrecarrega a saúde pública Índice
|