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General dos EUA admite adiar saída do Afeganistão
Petraeus diz que "seria prematuro" dizer agora se prazo poderá ser cumprido
Obama anunciou início da retirada para junho de 2011, mas general fala em esforço gradual
para vencer a guerra
Drusan Vranic - 4.jul.10/Associated Press
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David Petraeus, líder das tropas dos EUA no Afeganistão
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Nas primeiras entrevistas
desde que assumiu em junho
o comando direto das tropas
dos EUA no Afeganistão, o
general David Petraeus afirmou ontem que só agora "a
luta vai começar de verdade"
e indicou que pode adiar o
início da retirada das tropas
americanas do país.
O prazo anunciado pelo
presidente Barack Obama
para começar a saída de forças do país é junho de 2011.
Mas, para o general, "seria
prematuro fazer qualquer
avaliação agora sobre se vamos ou não poder fazer uma
transição" nesta data.
Petraeus já havia deixado
tal possibilidade em aberto
antes, mas não como comandante em campo no Afeganistão. Ontem, em falas à TV
NBC e aos jornais "Washington Post" e "New York Times", disse que não foi ao
país "supervisionar uma saída honrosa".
Segundo ele, pela primeira
vez após nove anos de guerra, "ao final de agosto e em
setembro teremos a capacidade correta".
"Vamos ter funcionando
aquilo pelo qual trabalhamos há um ano e meio", afirmou, referindo-se ao aumento do número de soldados
(cerca de 100 mil atualmente) e ao investimento na estratégia de contrainsurgência, que prevê engajamento
com a população civil, reconstrução do país e investidas contra os extremistas.
VIRANDO O JOGO
Petraeus avaliou que a estratégia para vencer a guerra
é "fundamentalmente sólida", uma conclusão a que
chegou após acompanhar
operações e viajar até lugares
remotos do Afeganistão.
As entrevistas são um esforço de relações públicas,
num momento em que o
apoio à guerra caiu tremendamente nos EUA.
Um dos sinais positivos
que o general ressaltou foi ter
conseguido o apoio do presidente afegão, Hamid Karzai,
à criação de grupos armados
para proteger bairros. Petraeus disse crer que tais grupos poderão infligir sérias dificuldades ao Taleban.
O general tem o desafio de
mostrar resultados em seis
meses a um ano, se quer ter a
chance de manter sua estratégia -e o grosso de suas tropas- no país.
Mas ele advertiu contra expectativas de vitórias rápidas
e reafirmou que o comprometimento com o país é de
longo prazo.
"É um esforço gradual e
deliberado. Não há montanha para tomar e bandeira
para hastear proclamando
vitória. É só trabalho duro."
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