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RELAÇÕES PERIGOSAS
Escândalo sexual praticamente monopoliza noticiários na TV; busca na Internet mostra mais de 10 mil links
EUA vivem o "verão Monica Lewinsky"
de Nova York
Os Estados Unidos estão vivendo o que já passou a ser chamado
de o ''verão Monica Lewinsky'':
um bombardeio de informações
sobre o caso via TV, jornais, revistas e Internet. Há até um próspero
comércio de produtos relacionados a isso.
Quem entrasse nesta semana na
página da TV NBC na Internet encontraria o seguinte recado: ''Se
você está cansado de ouvir falar
sobre o caso Monica Lewinsky e
está procurando um refresco na
sua programação de TV, não irá
encontrar isso aqui, porque nós
estaremos transmitindo todas as
novidades sobre o caso''.
E a NBC não é a única. A cobertura das outras TVs está seguindo
a mesma receita. Na Internet, uma
busca com o nome Monica Lewinsky leva a 10.898 links, sendo
que, é claro, existem os ''100 melhores sites''. Estes incluem fã-clubes, montagens do rosto de Monica e do presidente Bill Clinton em
quadros famosos, montagens de
fotos de Monica nua, camisetas,
piadas, cartoons etc.
Alguns sites contêm declarações
de amor a Monica. São coisas como: ''Oh, Monica, por que te amo
tanto? Serão os seus lábios carnudos? Ou o jeito doce e o coração
inocente, que confiou na má amiga Linda Tripp?'' -e 114.792 pessoas já visitaram.
A superexposição do caso criou
também uma nova comercialização de produtos. Há alguns meses
um canal a cabo de propagandas
de sexo explícito, tipo disque 900,
mostra a sombra de três mulheres
-Monica, Paula e Gennifer-
que prometem contar ''todos os
segredos'' para quem telefonar.
No mesmo canal de TV está sendo exibida a propaganda da ''camisinha presidencial'', que promete ser a mais resistente, com a
comprovação e assinatura de Monica L., Paula J., e Gennifer F..
Uma das mais famosas lojas de
comida de Nova York, a Dean &
Deluca, também começou a vender há duas semanas as bolachas
Monica Lewinsky e Bill Clinton.
Cada bolacha, do tamanho de um
porta-copos, com sabor de
pão-de-mel e o rosto de Monica ou
o de Clinton desenhados com glacê de açúcar colorido, custa US$
20, preço de um jantar em um restaurante mediano da cidade.
Em um artigo na ''The New Yorker'' desta semana, seu editor-executivo, Hendrix Hertzberg, discute porque o norte-americano está
tão fascinado com a história.
Hertzberg enumera as explicações
que viu na TV, como ''não é sobre
sexo, é sobre falso testemunho''
ou ''é sobre obstrução da Justiça''.
Por fim, diz que, se a repetição
pode tornar algo verdadeiro, a investigação do relacionamento entre eles não é sobre sexo. Mas também seria verdade que ''os compradores de Playboy e Penthouse
estão interessados só nas entrevistas''. (ALESSANDRA BLANCO)
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