São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002

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Sauditas podem ceder bases para ataque

DA REDAÇÃO

A Arábia Saudita deu sinais ontem de que poderia apoiar os EUA em um ataque ao Iraque caso Saddam Hussein insista em impedir o retorno dos inspetores de armas da ONU ao país.
Ao ser questionado pela rede de TV CNN se as bases americanas na Arábia Saudita poderiam ser utilizadas em uma ofensiva contra o Iraque caso seja aprovada uma resolução da ONU nesse sentido, o ministro das Relações Exteriores saudita, príncipe Saud al-Faisal, respondeu: "Todo o mundo é obrigado a acompanhar [a resolução da ONU"".
Milhares de militares americanos estão baseados na Arábia Saudita. Na Guerra do Golfo (1991), o país serviu de base para os EUA atacarem o Iraque.
A declaração do príncipe contrasta com a posição do governo saudita adotada no mês passado, quando Riad descartava a hipótese de os EUA poderem usar as suas bases no território saudita.
Na semana passada, o chanceler egípcio, Ahmed Maher, disse que seu país apoiaria uma ofensiva contra o Iraque, desde que amparada pela ONU.
Em entrevista ao diário árabe publicado em Londres "Al Hayat", o príncipe Saud afirmou que o Iraque deveria permitir a entrada dos inspetores da ONU, antes de o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovar um ataque ao país.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Kamal Kharrazi, afirmou que o Iraque deve cumprir as resoluções da ONU, aceitando o retorno de inspetores de armas. Porém disse ser contra um ataque. O Irã faz parte do "eixo do mal", definido pelo presidente George W. Bush, ao lado do Iraque e da Coréia do Norte.
Para a Síria, enquanto o mundo fica ameaçando o Iraque por não aceitar a entrada de inspetores da ONU, Israel prossegue violando resoluções da ONU e possuindo armas nucleares. "Por que o Iraque deve aceitar as resoluções da ONU e Israel fica acima da lei?", questionou o ministro das Relações Exteriores da Síria, Farouq al-Shara, na Assembléia Geral da ONU, em Nova York.
Israel não nega, tampouco confirma, possuir armas nucleares.


Com agências internacionais


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