|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para Lula, Venezuela provou que
é uma "verdadeira democracia"
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva elogiou ontem, em Manaus,
o resultado do plebiscito que
manteve no governo o presidente
da Venezuela, Hugo Chávez. Segundo Lula, o plebiscito "não deixou dúvida para nenhum país do
mundo de que na Venezuela existe uma verdadeira democracia".
Os dois discursaram no encerramento do Seminário Empresarial Brasil-Venezuela, a uma platéia de cerca de 600 pessoas.
"A partir do referendo, não pode mais haver dúvidas em nenhum lugar do mundo de que a
Venezuela assumiu a consolidação do processo democrático.
Que ninguém coloque em dúvida
a lisura de um processo sofrido,
um processo, eu diria, espinhoso", afirmou o presidente.
"Quantas vezes eu encontrei o
presidente Chávez angustiado,
quando poderia estar dedicando
o tempo para coisas melhores, e
ficava preocupado com problemas políticos de pessoas que,
muitas vezes, não queriam aceitar
o processo democrático da Venezuela", disse.
Dirigindo-se aos empresários
venezuelanos, Lula afirmou que
"os que não ganharam [a oposição venezuelana] devem comemorar tanto quanto os que ganharam, porque o que vai ficar
como marca definitiva é o grau de
consciência política do povo da
Venezuela, que não teve nenhuma dúvida de ir às urnas, consolidar a democracia mais uma vez e
referendar um presidente que
tem dedicado a sua vida em favor
do povo pobre da Venezuela".
Chávez discursou por pouco
mais de uma hora -três vezes a
duração do discurso de Lula. O
venezuelano voltou a defender a
integração sul-americana e elogiou o papel do Brasil durante a
crise de seu país.
"A você, Lula, ao Brasil, ao
[chanceler] Celso [Amorim]:
muito obrigado. Como vocês têm
nos ajudado, de milhares de maneiras, algumas públicas, na
maioria das vezes não-públicas,
com gestões, discussões", disse
Chávez, sem entrar em detalhes.
Em seguida, ele agradeceu a
Marco Aurélio Garcia, assessor
internacional de Lula, pelo Grupo
de Amigos da Venezuela, criado
em 2003 por iniciativa do Brasil.
Presidente de um dos principais
países produtores de petróleo,
Chávez disse que, se a Guerra do
Iraque continuar, "levará o preço
do barril a US$ 100". Como de
praxe, Chávez fez um discurso
permeado de referências históricas à independência venezuelana.
Colaborou Fabiano Maisonnave
Texto Anterior: Chávez propõe criação de aliança militar do sul Próximo Texto: Oposição diz que proposta é uma "provocação" Índice
|