São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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Oposição diz que proposta é uma "provocação"

DA REDAÇÃO

Líderes da oposição ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, classificaram ontem de "provocação" a proposta de emenda constitucional que prevê a possibilidade de reeleições presidenciais ilimitadas no país.
O deputado Pastor Heydra, do Copei (partido democrata-cristão), disse que a iniciativa tem o objetivo de complicar ainda mais o ambiente político no país e criar temas de debate "exagerado" no início das sessões legislativas, previsto para hoje.
"É uma provocação. É uma tentativa de burlar uma oposição fora de foco", disse Heydra, segundo o jornal venezuelano "El Universal".
Ratificado no poder por um plebiscito em agosto, Chávez terminará seu mandato em janeiro de 2007. Ontem, a Coordenação Democrática, coalizão da oposição que denunciou fraude na votação, entrou com um pedido no Supremo Tribunal de Justiça pela sua anulação.
"O que ratifica essa proposta [da reeleição] são as pretensões autoritárias e autocráticas de Chávez", criticou o deputado social-democrata Alfonso Marquina.
Já o deputado socialista Luis Longart considerou a proposta "inoportuna" devido à "acentuada polarização e situação de conflito político que vive o país".
Para a ex-presidente da extinta Suprema Corte de Justiça, Cecilia Sosa, a proposta pretende "dar à oposição temas de que falar". "Uma interpretação é que seu objetivo seja a busca de enfrentamento, mas outra é que tentem consagrar o totalitarismo do regime com essa reforma", afirmou.


Com agências internacionais

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