São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Ação de Israel mata dez

Sharon descarta seguir com "mapa para a paz"

DA REDAÇÃO

O premiê israelense, Ariel Sharon, eliminou qualquer perspectiva de negociar a paz em um futuro próximo ao afirmar que Israel não seguirá adiante com o "road map" (mapa para a paz) -plano apoiado pelos EUA, pela ONU e pela União Européia que, inicialmente, previa a criação de um Estado palestino em 2005.
A afirmação foi feita no dia mais violento na Cisjordânia desde 2002. Dez palestinos foram mortos em ataques israelenses.
Em entrevista ao diário israelense "Yediot Ahronot", no dia de início da celebração do Ano Novo judaico, Sharon descreveu sua visão de longo prazo para a região.
"Até mesmo agora, não estamos seguindo o "road map". Não estamos preparados para isso" afirmou o premiê, acrescentando que, após a retirada dos assentamentos da faixa de Gaza e de partes da Cisjordânia, "é bem possível que haja um longo período no qual nada ocorra".
Segundo o premiê, enquanto não houver mudanças na liderança e na política palestinas, "Israel manterá a sua guerra contra o terrorismo e permanecerá nos territórios remanescentes após a implementação do plano de retirada [dos assentamentos]".
Sharon disse que se guiará pelo seu próprio plano, não pelo "road map", que foi acordado por israelenses e palestinos no ano passado, mas nunca chegou a ser implementado pelos dois lados.
A Casa Branca evitou criticar Sharon, mas afirmou, por meio do porta-voz Scott McClellan, que as declarações de Sharon publicadas no jornal não correspondem de forma acurada à visão do primeiro-ministro israelense.
Saeb Erekat, o principal negociador palestino, ao comentar as declarações de Sharon, reafirmou a posição da Autoridade Nacional Palestina (ANP), segundo a qual o objetivo de Israel é sair de Gaza para reforçar a presença israelense na Cisjordânia.

Ataque
Forças de Israel fizeram incursão ontem, em Nablus (Cisjordânia), matando quatro membros do grupo terrorista Brigadas dos Mártires de Al Aqsa e um da Frente Democrática pela Libertação da Palestina. Uma menina de 11 anos também foi morta na ação.
Horas depois, em Jenin (Cisjordânia), outros quatro militantes de grupos terroristas palestinos foram mortos em operação militar israelense.


Com agências internacionais


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