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ÁSIA
Antes da abertura da reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, presidente Hu indica que quer manter sistema atual
China descarta modelo político ocidental
DA REDAÇÃO
Hu Jintao, líder do Partido Comunista Chinês (PCC), exortou
ontem, véspera da abertura da
reunião do Comitê Central do
partido, o Parlamento a desempenhar um papel mais ativo no que
concerne à monitoração das
ações do governo, mas descartou
a possibilidade de a China adotar
um sistema político baseado no
modelo ocidental.
Segundo analistas, suas declarações indicam que qualquer reforma por ele introduzida no futuro
próximo será marginal, não alterando o sistema político atual chinês, no qual não há pluripartidarismo. A visão de Hu sobre o futuro político da China, que visa perpetuar o controle do PCC por
meio de boas políticas governamentais, além de transparência,
estará no centro da agenda reunião do Comitê Central. Este é
composto por 198 membros.
"A história indica que copiar indiscriminadamente sistemas políticos ocidentais não trás frutos
para a China", disse Hu num
evento para comemorar o 50º aniversário do Congresso Nacional
do Povo, o Parlamento chinês.
O PCC, que foi fundado em
Xangai em 1921, monopoliza a cena política chinesa desde a revolução ocorrida em 1949. Recentemente, porém, o partido permitiu
a realização de algumas reformas
em busca de mais transparência e
de um certo equilíbrio que possa
coibir a corrupção.
Num discurso de 50 minutos
transmitido pela rede de TV estatal, Hu afirmou que o papel do Legislativo de observador do Executivo é vital e deverá ser fortalecido.
"Exercer o poder sem restrições
nem supervisão é algo que resulta
em abuso de poder e em corrupção", afirmou Hu, 61.
Nos últimos anos, líderes do
PCC vêm dizendo que o partido
poderá se autodestruir se não
conseguir combater a corrupção,
um problema que contribuiu para a queda de várias dinastias imperiais chinesas.
Hu também disse que uma parte vital do poder deverá deixar de
emanar das pessoas para privilegiar as instituições. Isso de acordo
com o Estado de Direito para que
os chineses possam ser os "senhores de suas próprias casas".
O dissidente Jiang Qisheng não
ficou impressionado com o discurso de Hu. "Se os chineses devem ser os senhores de suas casas,
devemos, então, ter eleições democráticas", afirmou.
As experiências de abertura política na China têm sido bastante
limitadas. Autoridades chinesas
introduziram eleições diretas para representantes locais em mais
de 660 mil vilarejos do país, mas
não permitem que os postos mais
importantes sejam escolhidos pela via direta e impedem a formação de outros partidos políticos.
Jiang Zemin
Simpatizantes de Hu, que está
no posto de líder do partido há
menos de dois anos, disseram que
ele não podia correr o risco de introduzir medidas radicais antes
do início da reunião do Comitê
Central, pois há boatos de uma
crescente tensão entre ele e seu
predecessor, Jiang Zemin, 78. Este
ainda presidente a influente Comissão Militar Central.
Jiang tem sido pressionado a
abrir mão da presidência dessa
comissão durante a reunião do
Comitê Central. Muitos analistas
dizem, porém, que isso pode não
ocorrer. A rivalidade existente entre ambos tornou-se pública recentemente, mas os analistas não
crêem que ela possa se transformar numa disputa pelo poder.
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