São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Presidente "ganha" de Santa Cruz, expulsa de praça chilena

DO ENVIADO A SANTIAGO

Pelo menos na praça Constitución, na qual fica a entrada do Palácio de la Moneda, a turma de Evo Morales derrotou a de Santa Cruz de la Sierra e festejou a partida dos adversários aos gritos de "que se vayan los guevones" (baixo calão para falta de instrumentos do macho).
Os manifestantes dos dois lados foram se juntando na praça por volta de 14h (15h em Brasília), à espera da chegada dos participantes da cúpula. Numa ponta, a turma de esquerda aos gritos de "uh/ah/Evo não se vá". No outro extremo, um pequeno grupinho da Juventude Cruzenha e do Movimento Social-Cristão pedia "piedade para Pando" e exibia um cartaz que dizia: "Evo = 80 mortos".
O grupo "evista", formado por militantes da esquerda chilena, foi aos poucos se deslocando até ficar em frente aos cruzenhos, aos quais gritavam: "Vocês, fascistas, são todos terroristas".
Os anti-Evo alçavam os cartazes pedindo paz para a Bolívia. Os evistas gritavam "não somos neutros, não somos pacifistas, queremos uma Bolívia operária e socialista".
E exibiram cartaz anunciando a identidade: MPMR ou Movimento Popular Manuel Rodríguez, cisco do PC chileno que adotou a luta armada na ditadura Pinochet e um dos movimentos cujos mililtantes comandaram o seqüestro do publicitário Washington Olivetto.
A turma de Santa Cruz insistia: "Unasul, escuta toda Bolívia". Os pró-Evo contra-atacavam "Alerta, alerta que caminha a espada de Bolívar pela América Latina". Chega então a La Moneda o presidente Hugo Chávez, que se considera o portador da espada. O grupo explode de entusiasmo. Dois minutos depois, chega o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Ninguém está prestando atenção, empenhados os dois grupos em sua guerra de slogans.
"Somos mais, somos mais", canta a esquerda. São mesmo, muitíssimos mais. Talvez por isso, o grupo cruzenho recolhe a bandeira verde-e-branca de Santa Cruz, os cartazes que pedem "não mais mortos" e vão embora. (CR)



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