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Em novo dia de diálogo, Hamas ataca
Enquanto israelenses, palestinos e EUA se reuniam em Jerusalém, grupo dispara 11 foguetes da faixa de Gaza
Disparos não deixam vítimas; Exército de Israel diz que radicais islâmicos usam bombas de fósforo branco
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Sons de guerra em Gaza,
conversas de paz em Jerusalém. Enquanto prosseguiam
as negociações entre israelenses e palestinos, ao menos 11 foguetes foram disparados ontem da faixa de Gaza, sem deixar feridos. Segundo o Exército israelense,
dois deles eram bombas de
fósforo branco.
Foi o maior número de disparos num único dia contra o
território israelense desde
2009, quando Israel lançou
uma grande ofensiva em Gaza para conter os foguetes.
O uso de fósforo branco
contra prédios civis durante
a operação que deixou cerca
de 1.400 mortos rendeu pesadas críticas contra Israel.
A munição, espécie de
bomba incendiária, é autorizada pelas convenções internacionais para produzir fumaça, não para lançamento
em áreas habitadas.
Desde a retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos, o grupo
islâmico Hamas e outros grupos radicais têm prometido
intensificar os ataques para
sabotar o processo de paz.
Quatro colonos israelenses foram mortos por disparos na Cisjordânia na véspera
do diálogo em Washington,
há duas semanas.
O diálogo acirrou a rivalidade entre o Hamas, que
controla Gaza e é contra as
negociações, e o secular Fatah, que administra a Cisjordânia e representa os palestinos nas conversas.
Em resposta aos disparos,
Israel bombardeou túneis
usados no contrabando entre
Gaza e o Egito, matando um
palestino e ferindo dois.
EM SIGILO
Em Jerusalém, prosseguiu
em clima de sigilo a segunda
rodada das negociações, iniciada na terça-feira na cidade
egípcia de Sharm el Sheikh.
Após um encontro com a
secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o presidente palestino, Mahmoud
Abbas, e o premiê israelense,
Binyamin Netanyahu, tiveram uma conversa a dois,
mas nada foi revelado sobre
seu conteúdo.
Além dos sorrisos, o único
sinal de aproximação foi simbólico: Netanyahu, que já foi
contra um Estado palestino,
recebeu Abbas em sua residência oficial diante de uma
bandeira palestina, ao lado
das de Israel e EUA.
O enviado dos EUA para a
região, George Mitchell, disse que houve avanços em relação ao tema mais espinhoso da agenda, a expansão de
colônias judaicas nos territórios ocupados.
Os americanos buscam
uma fórmula "criativa" para
manter os palestinos na negociação mesmo se Israel
não estender a moratória de
construções, que vence no
próximo dia 26.
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