São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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Em novo dia de diálogo, Hamas ataca

Enquanto israelenses, palestinos e EUA se reuniam em Jerusalém, grupo dispara 11 foguetes da faixa de Gaza

Disparos não deixam vítimas; Exército de Israel diz que radicais islâmicos usam bombas de fósforo branco

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Sons de guerra em Gaza, conversas de paz em Jerusalém. Enquanto prosseguiam as negociações entre israelenses e palestinos, ao menos 11 foguetes foram disparados ontem da faixa de Gaza, sem deixar feridos. Segundo o Exército israelense, dois deles eram bombas de fósforo branco.
Foi o maior número de disparos num único dia contra o território israelense desde 2009, quando Israel lançou uma grande ofensiva em Gaza para conter os foguetes.
O uso de fósforo branco contra prédios civis durante a operação que deixou cerca de 1.400 mortos rendeu pesadas críticas contra Israel.
A munição, espécie de bomba incendiária, é autorizada pelas convenções internacionais para produzir fumaça, não para lançamento em áreas habitadas.
Desde a retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos, o grupo islâmico Hamas e outros grupos radicais têm prometido intensificar os ataques para sabotar o processo de paz.
Quatro colonos israelenses foram mortos por disparos na Cisjordânia na véspera do diálogo em Washington, há duas semanas.
O diálogo acirrou a rivalidade entre o Hamas, que controla Gaza e é contra as negociações, e o secular Fatah, que administra a Cisjordânia e representa os palestinos nas conversas.
Em resposta aos disparos, Israel bombardeou túneis usados no contrabando entre Gaza e o Egito, matando um palestino e ferindo dois.

EM SIGILO
Em Jerusalém, prosseguiu em clima de sigilo a segunda rodada das negociações, iniciada na terça-feira na cidade egípcia de Sharm el Sheikh.
Após um encontro com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, tiveram uma conversa a dois, mas nada foi revelado sobre seu conteúdo.
Além dos sorrisos, o único sinal de aproximação foi simbólico: Netanyahu, que já foi contra um Estado palestino, recebeu Abbas em sua residência oficial diante de uma bandeira palestina, ao lado das de Israel e EUA.
O enviado dos EUA para a região, George Mitchell, disse que houve avanços em relação ao tema mais espinhoso da agenda, a expansão de colônias judaicas nos territórios ocupados.
Os americanos buscam uma fórmula "criativa" para manter os palestinos na negociação mesmo se Israel não estender a moratória de construções, que vence no próximo dia 26.


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