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São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2003

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Otan lança sua força militar de reação rápida

MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO

A Otan lançou ontem, na Holanda, sua força de reação rápida, desenhada para transformar a aliança militar num instrumento de manutenção da paz internacional, visando dar uma resposta às ameaças que pairam sobre a cena global desde o 11 de Setembro.
A Força de Resposta da Otan (FRO), que já conta com um contingente de 9.000 homens, deverá ter, em outubro de 2006, 20 mil militares em suas fileiras. Ela foi concebida para ser rápida (operacional em cinco dias) e decisiva.
Para o comandante militar da aliança, o general James Jones, o nascimento da FRO foi "uma das maiores transformações" da organização em seus 54 anos. A Otan, criada na lógica bipolar da Guerra Fria e, até então, inadequada para enfrentar os desafios difusos do terrorismo, vinha atravessando uma fase de incerteza.
Para analistas ouvidos pela Folha, a FRO poderá dar novo alento à aliança militar. "Se Washington concordar em participar ativamente dessa força, que, aliás, foi proposta pelos americanos, ela terá boas chances de tornar-se um instrumento vital de dissuasão e de resposta militar", analisou Bruno Tertrais, da Fundação pela Pesquisa Estratégica (França).
Ademais, a FRO poderia servir de base para o amadurecimento da proposta de criação de uma força de reação rápida européia. "O projeto da Alemanha, da França, da Bélgica e de Luxemburgo ainda não teria condições de sair do papel por falta de capacidades militar e tecnológica. A Europa aprenderá com essa nova força", avaliou Davis Bobrow, do Centro Ridgway para Estudos sobre Segurança Internacional (EUA).
"Por meio século, a vocação da Otan era impedir ou derrotar uma eventual aventura militar soviética na Europa. Desde 1989, ela ficou sem um papel claro. Agora ela parece encontrar uma saída, mas tudo dependerá do modo como será utilizada", acrescentou.
Desde meados deste ano, a aliança militar ocidental comanda as operações da Força Internacional de Assistência de Segurança (Isaf), que busca garantir a segurança da capital afegã, Cabul.

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