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Otan lança sua força militar de reação rápida
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
A Otan lançou ontem, na Holanda, sua força de reação rápida,
desenhada para transformar a
aliança militar num instrumento
de manutenção da paz internacional, visando dar uma resposta
às ameaças que pairam sobre a cena global desde o 11 de Setembro.
A Força de Resposta da Otan
(FRO), que já conta com um contingente de 9.000 homens, deverá
ter, em outubro de 2006, 20 mil
militares em suas fileiras. Ela foi
concebida para ser rápida (operacional em cinco dias) e decisiva.
Para o comandante militar da
aliança, o general James Jones, o
nascimento da FRO foi "uma das
maiores transformações" da organização em seus 54 anos. A
Otan, criada na lógica bipolar da
Guerra Fria e, até então, inadequada para enfrentar os desafios
difusos do terrorismo, vinha atravessando uma fase de incerteza.
Para analistas ouvidos pela Folha, a FRO poderá dar novo alento à aliança militar. "Se Washington concordar em participar ativamente dessa força, que, aliás, foi
proposta pelos americanos, ela terá boas chances de tornar-se um
instrumento vital de dissuasão e
de resposta militar", analisou
Bruno Tertrais, da Fundação pela
Pesquisa Estratégica (França).
Ademais, a FRO poderia servir
de base para o amadurecimento
da proposta de criação de uma
força de reação rápida européia.
"O projeto da Alemanha, da França, da Bélgica e de Luxemburgo
ainda não teria condições de sair
do papel por falta de capacidades
militar e tecnológica. A Europa
aprenderá com essa nova força",
avaliou Davis Bobrow, do Centro
Ridgway para Estudos sobre Segurança Internacional (EUA).
"Por meio século, a vocação da
Otan era impedir ou derrotar
uma eventual aventura militar soviética na Europa. Desde 1989, ela
ficou sem um papel claro. Agora
ela parece encontrar uma saída,
mas tudo dependerá do modo como será utilizada", acrescentou.
Desde meados deste ano, a
aliança militar ocidental comanda as operações da Força Internacional de Assistência de Segurança (Isaf), que busca garantir a segurança da capital afegã, Cabul.
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