São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Força da ONU é "quase ausente", diz ex-prefeito de Porto Príncipe

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

Para o líder político e ex-prefeito de Porto Príncipe (1990-94) Evans Paul, 48, a Minustah (Missão da ONU de Estabilização no Haiti) é "quase ausente" no combate à violência, mas diz que a estratégia de guerrilha dos partidário do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide dificulta a ação de soldados estrangeiros.
Leia abaixo a entrevista concedida por telefone à Folha por Paul, um ex-aliado tornado opositor de Aristide e considerado um presidenciável nas próximas eleições haitianas.
 

Folha - O que está ocorrendo em Porto Príncipe?
Evans Paul -
Há uma situação de violência orquestrada por partidários de Aristide. Houve muitas pessoas assassinadas, veículos incendiados, lojas pilhadas. É um ambiente de desestabilização e violência que paralisou o país.

Folha - Como é a atuação da Minustah contra a violência?
Paul -
A Minustah é quase ausente no terreno da violência. A população critica a Minustah por não se dedicar ao combate à violência. A gente sente que a Minustah tem medo da situação. Está havendo um esforço há dois ou três dias, mas é insuficiente.

Folha - O sr. acredita que isso seja devido à falta de efetivo?
Paul -
É necessário envolver as pessoas do país, uma política social para superar a miséria. A Minustah pode ajudar até certa medida, mas não tem capacidade para resolver sozinha.

Folha - Há risco de choques entre os pró-Aristide e os ex-militares?
Paul -
Não, o governo de transição não quer envolver os ex-militares como uma força paralela. E os partidários de Aristide não são muito organizados. Eles agem como uma guerrilha, que aparece, faz a ação e desaparece.


Texto Anterior: Comandante brasileiro liga Kerry à violência
Próximo Texto: Força brasileira enfrenta pesadelo em favela do Haiti
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.