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Força da ONU é "quase ausente", diz ex-prefeito de Porto Príncipe
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Para o líder político e ex-prefeito de Porto Príncipe (1990-94)
Evans Paul, 48, a Minustah (Missão da ONU de Estabilização no
Haiti) é "quase ausente" no combate à violência, mas diz que a estratégia de guerrilha dos partidário do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide dificulta a ação de
soldados estrangeiros.
Leia abaixo a entrevista concedida por telefone à Folha por
Paul, um ex-aliado tornado opositor de Aristide e considerado
um presidenciável nas próximas
eleições haitianas.
Folha - O que está ocorrendo em
Porto Príncipe?
Evans Paul - Há uma situação de
violência orquestrada por partidários de Aristide. Houve muitas
pessoas assassinadas, veículos incendiados, lojas pilhadas. É um
ambiente de desestabilização e
violência que paralisou o país.
Folha - Como é a atuação da Minustah contra a violência?
Paul - A Minustah é quase ausente no terreno da violência. A
população critica a Minustah por
não se dedicar ao combate à violência. A gente sente que a Minustah tem medo da situação. Está
havendo um esforço há dois ou
três dias, mas é insuficiente.
Folha - O sr. acredita que isso seja
devido à falta de efetivo?
Paul - É necessário envolver as
pessoas do país, uma política social para superar a miséria. A Minustah pode ajudar até certa medida, mas não tem capacidade para resolver sozinha.
Folha - Há risco de choques entre
os pró-Aristide e os ex-militares?
Paul - Não, o governo de transição não quer envolver os ex-militares como uma força paralela. E
os partidários de Aristide não são
muito organizados. Eles agem como uma guerrilha, que aparece,
faz a ação e desaparece.
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