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Rice insiste em Estado palestino
Secretária de Estado pede texto "concreto" para reunião de novembro de palestinos com israelenses
Encontro será em Maryland;
Rice diz que paz é prioridade
para Bush. Olmert fala em
ceder só parte de Jerusalém;
Abbas quer o setor oriental
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, fez
ontem um apelo para que a Autoridade Palestina e Israel preparem um documento "concreto" para a conferência de novembro nos Estados Unidos,
que abra caminho para a criação de um Estado palestino.
Depois de ser recebida por
três horas em Ramallah, Cisjordânia, pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, ela afirmou que o texto deve ser "sério
e substancial" e que, mesmo
com questões ainda em aberto,
deve indicar rumos para a criação de um Estado.
Rice voltou a afirmar que esse projeto "é absolutamente essencial, não apenas para o futuro de palestinos e israelenses,
mas para o Oriente Médio".
Disse que o presidente George W. Bush havia transformado
"numa das mais altas prioridades de seu governo" uma solução que ponha fim ao conflito
entre palestinos e israelenses.
"Precisamos pensar em algo
com mais substância que simplesmente convidar dirigentes
a Anápolis [Estado de Maryland] para uma sessão de fotografias", afirmou.
Evocou o antigo plano de
Bush que prevê, numa primeira
etapa, que o lado palestino ponha "fim à violência e ao terrorismo" e o lado israelense cesse
a colonização de territórios palestinos ocupados.
Numa alusão à recente decisão de Israel de confiscar terras
palestinas próximas a Jerusalém, Rice pediu que as partes
envolvidas evitem "qualquer
medida que possa comprometer a confiança mútua".
Concessões de Olmert
Abbas disse ter pedido à secretária de Estado para que ajude os palestinos a pôr fim à instalação de novas colônias israelenses em suas terras.
Ainda ontem, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert,
pela primeira vez disse abertamente que alguns bairros de
Jerusalém poderiam passar para o controle palestino.
Essa é uma questão bastante
delicada em Israel, onde antigo
consenso considera que a cidade deve permanecer unificada e
como capital de Israel.
Um dos assessores de Abbas,
Nabil Abu Rdeneh, disse que as
declarações de Olmert eram insuficientes. Jerusalém Oriental, afirmou, deve ser integralmente devolvida aos palestinos
com os seus locais sagrados.
A devolução de parte da cidade foi evocada há seis anos pelo
então premiê israelense Ehud
Barak, no bojo de um plano de
paz que fracassou. O jornal "Yediot Ahronot" publicou na semana passada pesquisa pela
qual 63% dos israelenses se
opõem a concessões em Jerusalém, que seriam apoiadas só
por 21%. O próprio Olmert,
prefeito da cidade por dez anos,
recuou de sua antiga posição de
manter a cidade sob controle
integral de Israel.
Negociações
O gabinete israelense indicou como chefe das negociações a chanceler Tzipi Livni,
que se opõe a fechar imediatamente compromissos e, a
exemplo de Olmert, não quer
um cronograma previamente
definido para as concessões
territoriais de seu país.
A Casa Branca está também
empenhada em fazer com que a
Arábia Saudita participe da
conferência de Maryland.
Olmert está fragilizado em
Israel, o mesmo valendo para
Bush nos Estados Unidos. Abbas, por sua vez, também é fraco porque só controla uma parte do território palestino, já que
Gaza está nas mãos do grupo
radical islâmico Hamas.
Com agências internacionais
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