São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Programa nuclear leva presidente russo ao Irã

DA REDAÇÃO

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve chegar na manhã de hoje ao Irã para se encontrar com seu colega iraniano Mahmoud Ahmadinejad e o líder máximo do país muçulmano, o aiatolá Ali Khamenei. O assunto principal da pauta é o programa nuclear do Irã. O próprio Putin confirmou a visita, mesmo após rumores de uma ameaça à sua vida terem sido levantados.
Anteontem a agência de notícias russa Interfax divulgou que os serviços de segurança do país haviam alertado Putin de que ele poderia ser vítima de um ataque de homens-bomba no Irã. A Chancelaria iraniana logo desmentiu a informação, cuja fonte não foi revelada pela Interfax.
"Se eu der ouvidos sempre às recomendações dos serviços especiais e às várias ameaças [contra mim], não sairei de casa nunca", disse Putin, na Alemanha, de onde partiria para o Irã.
Putin deixou a Alemanha mantendo o discurso de que defende uma solução negociada para o impasse criado pelo programa nuclear iraniano. Diferentemente dos EUA e seus aliados europeus, que receiam que Teerã busque obter armas nucleares ao enriquecer urânio, o Kremlin acredita que "ameaçar o governo e o povo iraniano não levará a nada", nas palavras de Putin. A Rússia, que tem relações econômicas com o Irã -inclusive o contrato de construção de um reator nuclear no sul do país, em Busher-, é contra a imposição de mais sanções, via Conselho de Segurança da ONU, ao país do golfo Pérsico.
No entanto, a posição oposta foi defendida pela anfitriã de Putin, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel. "Teerã deve ceder, ou mais sanções serão necessárias", disse Merkel, referindo-se à pressão sobre Teerã para que seja mais transparente quanto ao propósito e aos procedimentos de seu programa nuclear.
Segundo o jornal americano "New York Times", a visita de Putin a Teerã é vista por diplomatas europeus como uma tentativa de Moscou de assumir algum tipo de papel diplomático na questão nuclear.
O periódico lembra ainda que, apesar da posição pró-Irã que Vladimir Putin tem assumido, a Rússia está, desde o começo deste ano, atrasando os trabalhos no reator de Busher e adiando sua conclusão. Os russos alegam que o Irã não está em dia com a quitação da dívida para a construção da instalação, mas Teerã nega, afirmando que a posição da Rússia tem motivação política.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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