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Programa nuclear leva presidente russo ao Irã
DA REDAÇÃO
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, deve chegar na
manhã de hoje ao Irã para se
encontrar com seu colega iraniano Mahmoud Ahmadinejad
e o líder máximo do país muçulmano, o aiatolá Ali Khamenei. O assunto principal da pauta é o programa nuclear do Irã.
O próprio Putin confirmou a visita, mesmo após rumores de
uma ameaça à sua vida terem
sido levantados.
Anteontem a agência de notícias russa Interfax divulgou
que os serviços de segurança do
país haviam alertado Putin de
que ele poderia ser vítima de
um ataque de homens-bomba
no Irã. A Chancelaria iraniana
logo desmentiu a informação,
cuja fonte não foi revelada pela
Interfax.
"Se eu der ouvidos sempre às
recomendações dos serviços
especiais e às várias ameaças
[contra mim], não sairei de casa
nunca", disse Putin, na Alemanha, de onde partiria para o Irã.
Putin deixou a Alemanha
mantendo o discurso de que
defende uma solução negociada para o impasse criado pelo
programa nuclear iraniano. Diferentemente dos EUA e seus
aliados europeus, que receiam
que Teerã busque obter armas
nucleares ao enriquecer urânio, o Kremlin acredita que
"ameaçar o governo e o povo
iraniano não levará a nada", nas
palavras de Putin. A Rússia, que
tem relações econômicas com o
Irã -inclusive o contrato de
construção de um reator nuclear no sul do país, em Busher-, é contra a imposição de
mais sanções, via Conselho de
Segurança da ONU, ao país do
golfo Pérsico.
No entanto, a posição oposta
foi defendida pela anfitriã de
Putin, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel. "Teerã deve ceder, ou mais sanções serão
necessárias", disse Merkel, referindo-se à pressão sobre Teerã para que seja mais transparente quanto ao propósito e aos
procedimentos de seu programa nuclear.
Segundo o jornal americano
"New York Times", a visita de
Putin a Teerã é vista por diplomatas europeus como uma tentativa de Moscou de assumir algum tipo de papel diplomático
na questão nuclear.
O periódico lembra ainda
que, apesar da posição pró-Irã
que Vladimir Putin tem assumido, a Rússia está, desde o começo deste ano, atrasando os
trabalhos no reator de Busher e
adiando sua conclusão. Os russos alegam que o Irã não está
em dia com a quitação da dívida
para a construção da instalação, mas Teerã nega, afirmando
que a posição da Rússia tem
motivação política.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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