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Chavistas expulsam opositores de teatro
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Um grupo de estudantes
oposicionistas foi expulso ontem a socos e pontapés por militantes pró-governo depois de
interromper a gritos uma sessão aberta da Assembléia Nacional em que foram divulgadas
emendas à proposta de reforma
constitucional do presidente
Hugo Chávez.
Os cerca de dez manifestantes gritaram lemas oposicionistas quando a presidente do Legislativo, Cilia Flores, lia a proposta de alteração do artigo
337, que regulamenta o estado
de exceção. A nova redação suprime os direitos a um devido
processo legal e à informação
caso o governo decrete estado
de exceção.
O grupo foi cercado por militantes chavistas, que expulsaram os estudantes do lotado
teatro Teresa Carreño, no centro de Caracas, a empurrões e
pontapés. A emissora estatal
VTV deixou imediatamente de
transmitir a confusão. Já a TV
oposicionista Globovisión, que
continuou ao vivo, teve a repórter e o cinegrafista agredidos a
socos por militantes que gritavam "oligarcas".
A alteração do artigo 337 tem
provocado controvérsia. Líderes oposicionistas dizem que
ela debilita a liberdade de expressão. Já a bancada chavista
diz que a medida é necessária
para evitar eventos como o golpe de abril de 2002, que teve
amplo apoio das TVs privadas.
A Comissão Mista da Assembléia Nacional acrescentou 25
alterações às 33 mudanças propostas por Chávez. Os novos artigos incluem a redução da idade para votar de 18 para 16 anos
e a proibição da discriminação
por orientação sexual.
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