São Paulo, terça-feira, 16 de outubro de 2007

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Chavistas expulsam opositores de teatro

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Um grupo de estudantes oposicionistas foi expulso ontem a socos e pontapés por militantes pró-governo depois de interromper a gritos uma sessão aberta da Assembléia Nacional em que foram divulgadas emendas à proposta de reforma constitucional do presidente Hugo Chávez.
Os cerca de dez manifestantes gritaram lemas oposicionistas quando a presidente do Legislativo, Cilia Flores, lia a proposta de alteração do artigo 337, que regulamenta o estado de exceção. A nova redação suprime os direitos a um devido processo legal e à informação caso o governo decrete estado de exceção.
O grupo foi cercado por militantes chavistas, que expulsaram os estudantes do lotado teatro Teresa Carreño, no centro de Caracas, a empurrões e pontapés. A emissora estatal VTV deixou imediatamente de transmitir a confusão. Já a TV oposicionista Globovisión, que continuou ao vivo, teve a repórter e o cinegrafista agredidos a socos por militantes que gritavam "oligarcas".
A alteração do artigo 337 tem provocado controvérsia. Líderes oposicionistas dizem que ela debilita a liberdade de expressão. Já a bancada chavista diz que a medida é necessária para evitar eventos como o golpe de abril de 2002, que teve amplo apoio das TVs privadas.
A Comissão Mista da Assembléia Nacional acrescentou 25 alterações às 33 mudanças propostas por Chávez. Os novos artigos incluem a redução da idade para votar de 18 para 16 anos e a proibição da discriminação por orientação sexual.


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