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Novas ações em série deixam ao menos 31 mortos no Paquistão
Ataques a postos policiais em Lahore e dois carros-bombas na divisa afegã elevam a 140 as vítimas de atentados no mês
Onda de terrorismo mostra contraofensiva insurgente e um maior raio de ação; EUA aprovam ajuda bilionária ao país aliado na luta antiterror
DA REDAÇÃO
Ataques em série aparentemente coordenados na cidade
paquistanesa de Lahore e a detonação de dois carros-bombas
na região da fronteira afegã deixaram ontem ao menos 31 mortos, elevando a 140 as vítimas
de grandes ações terroristas no
Paquistão em apenas dez dias.
A nova onda de terror sinaliza não apenas uma contraofensiva aos recuos impostos por Islamabad aos insurgentes -em
geral ligados ao Taleban- desde abril, mas também a entrada
em ação de células terroristas
na Província do Punjab (leste),
a mais rica e influente do país.
Sucede ainda as recentes
ameaças do grupo radical islâmico de contra-atacar o governo pela perda de controle sobre
a região do vale do Swat -bastião insurgente usado de base
para ataques às forças ocidentais no Afeganistão- e a morte
do seu líder, Baitullah Mehsud,
em ação dos EUA em agosto.
No primeiro dos ataques em
Lahore -capital do Punjab e
segunda maior cidade do Paquistão-, um homem invadiu o
prédio do equivalente à Polícia
Federal do país e começou a
disparar. Quatro pessoas morreram, além do insurgente.
Horas depois, entre três e
quatro terroristas invadiram
um centro de treinamento, matando 11 policiais antes de serem mortos. Na terceira ação,
quatro insurgentes atacaram
outro centro de treinamento,
matando um oficial e um civil
-eles também foram mortos.
Segundo o secretário provincial da Justiça, nos três casos os
terroristas carregavam frutas
secas, em indicativo de que pretendiam tomar os locais. No último sábado, ataque a um quartel do Exército em Rawalpindi
demorou mais de 20 horas para
ser debelado por ação militar.
Na região de fronteira com o
Afeganistão, um carro-bomba
em Kohat matou 11 pessoas, e
outro, em Peshawar, deixou
uma criança de seis anos morta.
O presidente Asif Ali Zardari
reiterou que a onda de ataques
não deterá a ofensiva contra o
Taleban. Para o ministro do Interior, Rehman Malik, "o inimigo iniciou guerra de guerrilha".
Ajuda
Também ontem, o presidente dos EUA, Barack Obama, assinou lei que prevê ajuda anual
de US$ 1,5 bilhão pelos próximos cinco anos ao Paquistão. O
texto gerou polêmica entre militares paquistaneses por supostamente representar ingerência ao impor uma série de
condições para os repasses.
A Casa Branca pressiona Islamabad para conter a ação no
Afeganistão do Taleban a partir
do seu território. Para o Departamento de Estado, os ataques
de ontem são uma "lembrança"
de que o extremismo ainda é
uma ameaça para o Paquistão.
Com agências internacionais
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