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Chávez rechaça diálogo com colombiano
Presidente da Venezuela chama Uribe de "mafioso"; Brasil vinha tentando promover retomada da conversa entre vizinhos
Em novo incidente, Bogotá detém e deporta quatro integrantes da Guarda Nacional Venezuelana que estavam sem seu território
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, rechaçou qualquer possibilidade de diálogo
com seu par colombiano, Álvaro Uribe, a quem chamou ontem de "mafioso".
O governo brasileiro vinha
trabalhando para promover
um encontro entre Chávez e
Uribe às margens de uma reunião de chefes de Estado da
Amazônia, no fim deste mês, ou
da Cúpula Ibero-Americana,
no mês que vem, em Portugal.
"Não tenho nada a falar com
o mafioso do Uribe. O pedido
pode vir do rei da Espanha ou
de governos amigos, mas não
há nada a discutir com esse governo traidor", disse Chávez.
"Uribe não é político, vem do
mundo do paramilitarismo, do
narcotráfico, é capaz de qualquer coisa. É um homem muito
perigoso, porque não tem princípios morais nem éticos."
A turbulenta relação Venezuela-Colômbia se deteriorou
muito nos últimos meses, na
esteira de um acordo militar
entre Bogotá e Washington para o uso de sete bases militares
colombianas por tropas dos
EUA. Chávez vê a presença
americana no país vizinho como uma ameaça a ele e chegou
a dizer que a Venezuela deve
estar preparada para a guerra.
Anteontem, em mais uma da
recente série de escaramuças, a
Colômbia anunciou a deportação imediata de quatro membros da Guarda Nacional Venezuelana que foram detidos em
território colombiano.
Missão brasileira
Cinco deputados da Comissão de Relações Exteriores da
Câmara brasileira embarcaram
ontem para uma viagem de
uma semana a Venezuela, Colômbia e Equador na tentativa
de aliviar a tensão diplomática
na região -embora em fase de
recomposição, as relações entre Bogotá e Quito também estão abaladas desde o ataque colombiano a um acampamento
das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no
Equador, no ano passado.
Os deputados conversarão
com os presidentes dos Congressos, ministros da Defesa,
chanceleres e responsáveis pelos órgãos de segurança dos
três países.
"Nós dividimos problemas
comuns, e é importante que
busquemos soluções comuns.
Migração ilegal, tráfico de pessoas, drogas e armas são problemas graves que afligem toda
a região", disse Raul Jungmann
(PPS-PE), coordenador da missão brasileira.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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