São Paulo, segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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Chávez rechaça diálogo com colombiano

Presidente da Venezuela chama Uribe de "mafioso"; Brasil vinha tentando promover retomada da conversa entre vizinhos

Em novo incidente, Bogotá detém e deporta quatro integrantes da Guarda Nacional Venezuelana que estavam sem seu território

DA REDAÇÃO

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, rechaçou qualquer possibilidade de diálogo com seu par colombiano, Álvaro Uribe, a quem chamou ontem de "mafioso".
O governo brasileiro vinha trabalhando para promover um encontro entre Chávez e Uribe às margens de uma reunião de chefes de Estado da Amazônia, no fim deste mês, ou da Cúpula Ibero-Americana, no mês que vem, em Portugal.
"Não tenho nada a falar com o mafioso do Uribe. O pedido pode vir do rei da Espanha ou de governos amigos, mas não há nada a discutir com esse governo traidor", disse Chávez. "Uribe não é político, vem do mundo do paramilitarismo, do narcotráfico, é capaz de qualquer coisa. É um homem muito perigoso, porque não tem princípios morais nem éticos."
A turbulenta relação Venezuela-Colômbia se deteriorou muito nos últimos meses, na esteira de um acordo militar entre Bogotá e Washington para o uso de sete bases militares colombianas por tropas dos EUA. Chávez vê a presença americana no país vizinho como uma ameaça a ele e chegou a dizer que a Venezuela deve estar preparada para a guerra.
Anteontem, em mais uma da recente série de escaramuças, a Colômbia anunciou a deportação imediata de quatro membros da Guarda Nacional Venezuelana que foram detidos em território colombiano.

Missão brasileira
Cinco deputados da Comissão de Relações Exteriores da Câmara brasileira embarcaram ontem para uma viagem de uma semana a Venezuela, Colômbia e Equador na tentativa de aliviar a tensão diplomática na região -embora em fase de recomposição, as relações entre Bogotá e Quito também estão abaladas desde o ataque colombiano a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no Equador, no ano passado.
Os deputados conversarão com os presidentes dos Congressos, ministros da Defesa, chanceleres e responsáveis pelos órgãos de segurança dos três países.
"Nós dividimos problemas comuns, e é importante que busquemos soluções comuns. Migração ilegal, tráfico de pessoas, drogas e armas são problemas graves que afligem toda a região", disse Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador da missão brasileira.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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