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Exercício das Forças Armadas brasileiras preocupa Paraguai
Militares simularão ocupação de uma usina elétrica binacional; manobras já estavam previstas há meses
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A coincidência entre o apagão de terça-feira passada e o
início hoje de um grande exercício militar no sul do Brasil
que inclui a ocupação de uma
usina hidrelétrica "binacional"
despertou temores no Paraguai
de que o objetivo do exercício
seria simular uma eventual tomada da usina de Itaipu.
"Brasil prepara simulacro de
guerra dirigido ao Paraguai",
dizia um título na primeira página de anteontem do jornal
paraguaio "ABC Color".
"O exercício se anuncia umas
72 horas logo depois que um
apagão por falhas não esclarecidas em Itaipu deixou no escuro seis grandes Estados brasileiros e arrastou todo o Paraguai", escreveu o jornal.
Na verdade, a operação está
planejada faz vários meses;
uma manobra deste tamanho
não se improvisa em apenas
uma semana.
A Operação Laçador é o
maior exercício militar da
América Latina. A manobra
coordenada pelo Comando Militar do Sul envolve mais de
8.000 homens das três forças e
inclui 13 navios, dois submarinos e 53 aeronaves da FAB.
O cenário envolve a disputa
por energia, tanto hidrelétrica
como de petróleo. A "guerra" é
entre o país "verde" -representado por Paraná, Santa Catarina e parte do Rio Grande do
Sul- e o "amarelo" -boa parte
do resto do RS. Justamente para evitar interpretações diplomaticamente sensíveis, o exercício será longe de fronteiras.
A "guerra" começa com os
"amarelos" invadindo campos
de petróleo em torno de Rio
Grande (RS) pertencentes aos
"verdes", cuja missão é retomá-los, e também ocupar a usina
"binacional", representada pela usina de Itá, no rio Uruguai,
em Santa Catarina, na divisa
com o Rio Grande do Sul.
Militares de várias partes do
Brasil vão integrar a operação.
São as principais unidades do
Exército que estariam envolvidas em uma ação real de pronto
emprego, como a retomada de
uma hidrelétrica.
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